Em uma decisão tomada na última terça-feira (7), a Justiça do Rio de Janeiro manteve o valor da indenização que o Flamengo deverá pagar à família de Christian Esmério, uma das vítimas fatais do trágico incêndio no Ninho do Urubu em 2019. O clube foi condenado a compensar a família do jovem goleiro em um total de R$ 2,9 milhões, após os familiares optarem por não realizar um acordo extrajudicial e buscar a reparação pela via judicial.
Os pais de Christian receberão, individualmente, R$ 1,4 milhão cada, por danos morais, enquanto o irmão de Christian foi contemplado com uma indenização de R$ 120 mil. A Justiça também determinou que os pais do jovem recebam uma pensão mensal de cinco salários mínimos, que deverá ser paga até a data em que Christian completaria 45 anos.
Essa pensão tem um caráter retroativo, iniciando-se na data do incêndio, e os R$ 5 mil mensais já pagos pela diretoria do Flamengo serão abatidos do montante total. Importante ressaltar que, caso um dos pais venha a falecer antes do término deste período, o valor da pensão será reduzido pela metade, conforme decidido pelo juiz André Aiex.
Durante o processo, houve contestação dos valores por parte do Flamengo, enquanto a família do atleta recorreu à decisão inicial por excluir um irmão de criação de Christian das compensações. O juiz, contudo, negou este último pedido, argumentando que o irmão de criação só foi introduzido ao caso durante o andamento do processo judicial.
Este incidente, que ocorreu há cinco anos, tirou a vida de 10 jovens atletas, com idades entre 14 e 16 anos, e ainda permanece um marco doloroso na memória do clube e da comunidade esportiva. Até o momento, não houve condenações criminais relacionadas ao incêndio, um fato que continua a gerar debates sobre a segurança e regulamentação em instalações esportivas.