A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas está em andamento em Brasília. Na quinta-feira (6), o presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Wilson Seneme, prestou depoimento. Durante sua fala, uma declaração de Seneme chamou a atenção, ele afirmou que o árbitro de vídeo não tem a obrigação de mostrar todos os ângulos disponíveis.
Seneme explicou que o protocolo do VAR da FIFA não exige que todas as câmeras sejam verificadas, pois isso causaria interrupções longas no jogo. Ele enfatizou que o árbitro de vídeo não é obrigado a mostrar ao árbitro de campo todos os ângulos disponíveis na cabine, nem todos os que ele visualizou. Seneme estava desenvolvendo seu raciocínio quando foi interrompido por um senador, mas conseguiu explicar que essa escolha faz parte do protocolo estabelecido.
— O protocolo VAR da FIFA estabelece que não tem obrigatoriedade de checar todas as câmeras. Senão, o jogo vai ficar interrompido por muito tempo. Não é assim que o VAR funciona. Protocolarmente, um árbitro de vídeo não está obrigado a mostrar para o de campo todos os ângulos que estão na cabine. Nem todos os ângulos que ele visualizou, até porque… [interrompido por um senador] Ele pode escolher. Mas é um protocolo, disse Wilson Seneme.
O senador Carlos Portinho fez uma acusação grave durante a CPI, alegando que houve omissão de imagens do VAR na partida entre Palmeiras e Botafogo, que terminou com uma virada do Palmeiras por 4 a 3. Segundo Portinho, essa omissão praticamente garantiu o título do Palmeiras no Brasileirão do ano passado. O senador afirmou que pedirá a abertura de uma investigação sobre o caso no relatório da CPI da Manipulação de Jogos e Apostas.
— O que me preocupa é que essa imagem estava sempre lá. Isso que é escandaloso. E o torcedor não teve acesso a essas imagens durante a transmissão, só foi revelada depois. Acho que tem que investigar. O árbitro de campo acertou de primeira, aí veio um bando de palpiteiro da cabine. Esses do VAR atrapalharam o de campo. Pior que atrapalhar, omitiram a imagem que era determinante para a decisão correta, que estava correta desde o início. Isso é manipulação de imagem, falou Carlos Portinho.
Portinho expressou preocupação com a falta de transparência, afirmando que as imagens estavam disponíveis, mas não foram mostradas. A acusação se baseia no fato de que o árbitro de campo acertou inicialmente em sua decisão, mas foi influenciado pelos árbitros do VAR, que, segundo Portinho, atrapalharam ao omitir uma imagem crucial. Essa imagem teria sido fundamental para manter a decisão correta do árbitro de campo desde o início da jogada.