Flamengo

Auxiliar técnico do Flamengo é denunciado por assédio sexual; decisão do clube causa revolta

Judoca do Flamengo denuncia auxiliar técnico por assédio

No mês de maio deste ano, uma judoca do Flamengo denunciou formalmente o auxiliar técnico Renan Moutinho por assédio sexual. A queixa foi encaminhada ao setor de Recursos Humanos da Gávea, relatando situações de comportamento inapropriado por parte do treinador. Segundo a investigação de Túlio Rodrigues, divulgada pelo Coluna do Fla, tais condutas teriam sido direcionadas a outras atletas do clube. A identidade das judocas envolvidas foi protegida na matéria.

Na denúncia, a atleta menciona que Renan frequentemente fazia comentários de teor sexual no ambiente de trabalho. Em um dos incidentes, ele teria declarado na presença de outros atletas que “o melhor beijo da sua vida foi com um casal de lésbicas” e que “as mulheres lésbicas sabem como satisfazer alguém e que o seu sonho é fazer um ‘ménage’ com um casal de mulheres lésbicas”, em referência à judoca e sua namorada, também atleta do Flamengo.

Outra situação mencionada envolve os comentários de Renan sobre o corpo de outras atletas, seja pessoalmente ou pela internet. Em determinado momento, Renan conversou sobre seus relacionamentos e dividiu detalhes íntimos sem consentimento da atleta.

Algumas mensagens de Renan sobre outras atletas no Instagram. Imagem: Reprodução/Instagram

Inicialmente, a atleta guardou esses eventos para si, porém posteriormente compartilhou com sua parceira, que decidiu faltar aos treinos conduzidos por Renan e exigiu que a situação fosse denunciada. No dia 8 de abril, a atleta relatou tudo à psicóloga do Flamengo, Adriana Lacerda, que comunicou à treinadora principal Rosicléia Campos.

No dia seguinte, o time do Flamengo partiu para os treinamentos em Pindamonhangaba, no interior de São Paulo, se preparando para o Pan-Americano e os Jogos Olímpicos de Paris. Apesar das denúncias serem conhecidas pela treinadora Rosicléia Campos, Renan seguiu integrando a equipe rubro-negra.

A presença de Renan desencadeou crises de ansiedade e insônia na atleta e sua parceira. Em 12 de abril, após uma crise, a judoca pediu diretamente a Rosicléia que afastasse Renan. A treinadora então removeu o assistente dos treinos da equipe feminina e iniciou medidas em relação ao caso ao retornar para São Paulo.

Na semana seguinte, a esportista encontrou-se com o gerente João Pântano e Rosicléia. Na ocasião, o gerente sugeriu que a atleta não registrasse um boletim de ocorrência, mas sim seguisse os protocolos internos do clube. Foi em 22 de abril que a atleta entregou uma carta ao departamento de Recursos Humanos. O Flamengo determinou um prazo de duas semanas para investigar o incidente e afastou as atletas e Renan dos treinos até 7 de maio, decisão que desagradou a todos.

De acordo com Túlio Rodrigues, em 6 de maio foi decidido que as ações de Renan seriam consideradas como sendo de pouca gravidade. As medidas tomadas foram: instalar câmeras no local de treino, organizar palestras no clube e aplicar uma advertência por escrito ao funcionário.

Ao retornarem, as atletas foram informadas sobre essas medidas, porém se revoltaram com a permanência de Renan. A namorada da judoca então enviou um e-mail para o presidente Rodolfo Landim, vice-presidente geral e jurídico Rodrigo Dunshee, diretora de responsabilidade social Ângela Machado, CEO Reinaldo Belotti, diretor corporativo Billy Pinheiro e vice-presidente dos Esportes Olímpicos Deborah Frochtengarten, mas não obteve resposta alguma.

As duas atletas, desamparadas, alegaram que o clube não conseguiu manter a confidencialidade e que funcionários se voltaram contra elas, recusando-se a compartilhar atividades. E as complicações não pararam por aí. A namorada da atleta assediada teve seu contrato rescindido pelo clube. O Flamengo, representado pelo gerente João Pântano, explicou que sua saída ocorreu devido a postagens em suas redes sociais que expuseram o clube, embora sem mencionar nominalmente ou diretamente ao Flamengo.

Após esse último acontecimento, a atleta assediada por Renan solicitou amigavelmente a rescisão de seu contrato com o Flamengo. Enquanto as negociações estavam em andamento, ela conquistou um título vestindo a camisa do time rubro-negro. Mais tarde, obteve sua liberação e deixou o Flamengo.

Débora Cordeiro

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