Novo Mundial de Clubes da FIFA pode ser cancelado

Taça do Mundial de Clubes da FIFA (Foto: Giuseppe Cacace/AFP)

O formato do Super Mundial de Clubes 2025, que contará com 32 times, enfrenta obstáculos devido a uma ação judicial movida pela FIFPro. A entidade internacional de jogadores alega que a Fifa tomou decisões que violam os direitos dos atletas. Segundo a FIFPro, a competição entre junho e julho, período de férias no futebol europeu, prejudica o bem-estar dos jogadores. Com o processo em andamento, o Mundial de Clubes corre o risco de ser adiado.

A ação da FIFPro é respaldada pela União Nacional de Jogadores Profissionais da França e pela Associação de Jogadores Profissionais da Inglaterra. O processo foi levado ao Tribunal de Comércio de Bruxelas, com a solicitação de análise pelo Tribunal de Justiça da União Europeia. A principal crítica é que a Fifa, ao criar suas próprias competições, está perturbando a indústria do futebol, afetando as ligas nacionais e a saúde dos atletas.

Se o Mundial de Clubes de 2025 for realizado, os jogadores europeus terão competições no período de férias por três anos consecutivos: a Copa América e a Eurocopa em 2024, o Mundial de Clubes em 2025 e a Copa do Mundo em 2026. Essa sobrecarga de jogos durante o período de descanso é vista como uma violação dos direitos dos atletas. Diante desse cenário, a possibilidade de adiamento do torneio é uma medida considerada para proteger os jogadores.

David Terrier, presidente da FIFPro da Europa, afirmou que a decisão de recorrer aos tribunais europeus foi tomada após falhas no diálogo com a Fifa. Segundo Terrier, o objetivo é garantir que os direitos fundamentais dos jogadores sejam respeitados. A ação não visa apenas uma competição específica, mas denuncia um problema sistêmico que culminou nesta situação.

— Uma vez que todas as tentativas de diálogo falharam, agora cabe a nós garantir que os direitos fundamentais dos jogadores sejam plenamente respeitados, levando a questão para os tribunais europeus e, portanto, ao Tribunal de Justiça da União Europeia. Não se trata de estigmatizar uma determinada competição, mas de denunciar tanto o problema subjacente como a gota d’água que fez o copo transbordar, disse.