Em uma reunião realizada no final de maio, com a participação do Flamengo, da Prefeitura do Rio de Janeiro e da Caixa Econômica, a estatal se comprometeu a fornecer um valor final pelo terreno na região do Gasômetro, onde o Flamengo planeja construir seu novo estádio, dentro de três dias. A proposta inicial foi de R$ 2.400 por metro quadrado, com um ajuste de 10 a 15%. Desde então, quase três semanas se passaram e o banco ainda não deu resposta ao Flamengo.
Devido à demora da Caixa Econômica em apresentar o valor do terreno no Centro do Rio, Flamengo e Prefeitura se reunirão na próxima segunda-feira para estabelecer um cronograma que não dependa do banco. A reunião contará com a presença do prefeito Eduardo Paes, que já mencionou a possibilidade de desapropriar a área, e de dirigentes do Flamengo, com quem ele revelou anteriormente a intenção de retomar o terreno para o poder público.
Durante a reunião de segunda-feira, será discutida a criação de um cronograma de trabalho para o terreno, com uma data definida independentemente da vontade da Caixa Econômica. O Flamengo e a Prefeitura temem que o banco crie dificuldades e prolongue o assunto até o período eleitoral no fim do ano, tanto no clube quanto no município. A mobilização local visa também enviar um recado aos políticos de Brasília, que têm influência junto ao Flamengo e à Caixa, para pressionar por uma resposta mais rápida.
O Flamengo deseja pagar R$ 250 milhões pelo terreno, mas a Caixa já indicou que gostaria de vender por um valor maior, pois administra a área pertencente a um fundo de investidores. O prefeito Eduardo Paes afirmou que a operação beneficiará todos os envolvidos, pois valorizaria a região que possui outros terrenos administrados pela Caixa.
Parte dos recursos para a compra do terreno virá da transferência do potencial construtivo da Gávea, sede do Flamengo, que ainda precisa ser aprovada pela Câmara dos Vereadores. Na Câmara, foi criada uma frente parlamentar para discutir o tema, mas a aprovação depende de o terreno ser de fato do Flamengo ou desapropriado pela Prefeitura.
O potencial construtivo refere-se à quantidade de construção permitida em um terreno de propriedade do clube. Em vez de construir na Gávea, o Flamengo usaria esse recurso para o novo estádio, seguindo o plano diretor da cidade que controla o crescimento urbano.
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