O prefeito Eduardo Paes anunciou nas redes sociais, na manhã deste domingo (23), que a Prefeitura do Rio de Janeiro irá desapropriar o terreno na região do Gasômetro, onde será construído o novo estádio do Flamengo. A medida será publicada no Diário Oficial nesta segunda-feira (24). O anúncio foi feito ao lado do deputado federal Pedro Paulo, aliado político de Paes. Na ocasião, o prefeito brincou sobre a decisão, afirmando que, como vascaíno, estava dando sua pior notícia como prefeito, mas destacou a importância dos grandes clubes cariocas para a economia da cidade.
— Estamos publicando amanhã no Diário Oficial a desapropriação por leilão em hasta pública do novo estádio do Flamengo, ali no terreno do Gasômetro. É o início de um projeto, o início de um sonho. Flamengo, Vasco, Fluminense e o Botafogo, especialmente os quatro grandes clubes cariocas, têm uma importância enorme para a economia do Rio de Janeiro. Infelizmente o Flamengo tem mais torcedor, disse Paes.
Paes já havia antecipado a possibilidade de desapropriação no mês passado, caso a Caixa Econômica Federal, administradora do fundo proprietário do terreno, não facilitasse a negociação. A desapropriação por leilão em hasta pública marca o início de um projeto ambicioso, que visa não apenas a construção do estádio, mas também a revitalização da região portuária do Rio de Janeiro. O Flamengo pretende criar um complexo de entretenimento, incluindo um centro de convenções.
Minutos após o anúncio de Paes, o Flamengo divulgou uma nota oficial parabenizando a decisão do prefeito (leia abaixo). O clube enfatizou que a desapropriação reconhece o interesse público e representa um passo crucial para a realização do projeto do estádio próprio, que é um sonho antigo da Nação Rubro-Negra. A diretoria do Flamengo destacou ainda a importância da obra tanto para o clube quanto para a revitalização de uma das áreas mais tradicionais da cidade.
A desapropriação de terreno privado pelo Poder Executivo está prevista na Constituição, desde que haja interesse público e pagamento de indenização prévia, justa e em dinheiro. O terreno no Gasômetro, onde será construído o estádio, já foi parcialmente desapropriado anteriormente pela Prefeitura para a construção do terminal rodoviário Gentileza. A medida visa garantir que o projeto de revitalização contemple não apenas o estádio, mas também a criação de espaços de entretenimento, como bares e restaurantes, beneficiando a comunidade local.
O projeto do Flamengo para o novo estádio inclui a construção de uma arena para 80 mil pessoas, com uma estrutura vertical, similar ao Santiago Bernabéu, do Real Madrid. Além disso, está prevista a criação de um setor popular, que remete ao antigo Maracanã, e uma área externa com telões para os torcedores que não conseguirem ingressos assistirem aos jogos. O clube já desenvolveu um anteprojeto e acredita que a área disponível é suficiente para a construção do estádio e de uma grande praça com restaurantes e pontos de convivência.
Para financiar a construção, o Flamengo estima um investimento entre R$ 1,5 e R$ 2 bilhões. O clube vê a venda dos naming rights como uma das principais fontes de arrecadação. O presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, afirmou que a intenção é evitar endividamento e garantir que o investimento no futebol não seja prejudicado. O modelo seguido pelo Bayern de Munique, que vendeu participações minoritárias para grandes empresas mantendo o controle majoritário, serve de inspiração para o clube carioca.
— É sim (possível colocar um estádio de 80 mil pessoas numa área de 87 mil m²). A gente já fez um anteprojeto de colocação desse estádio. Ainda daria a chance de a gente fazer uma grande praça na frente. Em volta dessa praça, a gente poderia colocar uma série de restaurantes, pontos e tal. Nessa praça, inclusive, poderíamos colocar telões para quem não tiver condição de ir aos grandes jogos ou para quem não conseguir ingresso, afirmou Landim.
Landim já se reuniu com possíveis investidores de fora do Brasil e destacou o interesse de fundos de investimentos e empresas no projeto. A implementação da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) ainda enfrenta resistência interna no Flamengo, mas é considerada uma possível solução para viabilizar financeiramente o ambicioso projeto do novo estádio, que promete transformar a região do Gasômetro e fortalecer ainda mais o clube.
Nota oficial do Flamengo sobre o estádio
O Clube de Regatas do Flamengo parabeniza a decisão da Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro em desapropriar o terreno do Gasômetro, na região portuária.
A decisão do prefeito Eduardo Paes reconhece o interesse público envolvido e propicia um passo importantíssimo na realização do projeto para erguer o estádio próprio do Flamengo, sonho de toda a Nação Rubro-Negra.
A diretoria do Flamengo tem plena consciência da importância desta obra tanto para o nosso clube como também para a revitalização de uma das mais tradicionais áreas de nossa cidade.
Nosso projeto prevê um enorme investimento financeiro no local, capaz de ajudar na transformação de toda a região do entorno do novo estádio, valorizando em muito a área e entregando para a nossa cidade um novo e moderno espaço, tanto de entretenimento quanto comercial.
Ganharão a cidade e todos os cariocas. Ganharão o Flamengo e toda a Nação Rubro-Negra.
Fica o nosso registro dos mais sinceros agradecimentos ao prefeito Eduardo Paes e ao Deputado Federal Pedro Paulo pela sensibilidade que ambos sempre tiveram a respeito deste tema e pela visão empreendedora e positiva em relação ao desenvolvimento econômico e social da cidade do Rio de Janeiro.
#CRF