A Seleção Brasileira feminina de futebol avançou para a semifinal dos Jogos Olímpicos de Paris após derrotar a França nas quartas de final. Entretanto, os torcedores brasileiros receberam uma notícia desanimadora: Marta, expulsa na partida contra a Espanha, foi suspensa por dois jogos devido a uma entrada dura em Olga Carmona, considerada uma infração grave pelo comitê disciplinar da Fifa.
A punição, baseada no “Artigo 14.1e” do código disciplinar, não permite recurso, embora a CBF tenha acionado seu departamento jurídico para tentar reverter a decisão.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) havia sido notificada antes do jogo contra a França, realizado no sábado (03), sobre a suspensão adicional de Marta. A jogadora, que já cumpriu a suspensão automática, assistiu à partida contra a França das arquibancadas do Estádio de Nantes, junto ao presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. A vitória por 1 a 0, garantida após quase 20 minutos de acréscimos, trouxe alívio para a equipe e seus torcedores, apesar da ausência de Marta em campo.
Em sua nota oficial, a CBF inicialmente informou que Marta estaria em campo na semifinal contra a Espanha, mas corrigiu a informação posteriormente. O regulamento da competição permite que um cartão vermelho resulte em uma suspensão superior a um jogo, o que foi aplicado no caso de Marta. Agora, a CBF tenta um recurso para garantir que a camisa 10 possa jogar na próxima partida, marcada para terça-feira (6).
A suspensão de Marta foi aplicada pelo Comitê Disciplinar da Fifa, que decidiu adicionar um jogo à suspensão automática imposta pelo cartão vermelho direto. Esta decisão ocorreu ainda na sexta-feira, antes do jogo contra a França, conforme informado pela CBF. Anteriormente, a entidade havia enviado uma defesa para tentar evitar a suspensão adicional, mas sem sucesso.
Caso a suspensão não seja revertida, Marta poderá se despedir das Olimpíadas em uma eventual disputa pela medalha de ouro ou pelo terceiro lugar. A jogadora, que participa de sua sexta edição dos Jogos Olímpicos, já foi eleita seis vezes a melhor do mundo e, se conquistar o ouro, se tornará a atleta brasileira mais velha a subir ao lugar mais alto do pódio na história do esporte nacional.
Marta Vieira da Silva, amplamente reconhecida como uma das maiores jogadoras de futebol de todos os tempos, teve uma carreira brilhante tanto em clubes quanto na seleção brasileira. Sua trajetória profissional começou no Vasco da Gama, onde atuou nas categorias de base antes de se transferir para o Santa Cruz de Belo Horizonte. No entanto, foi no Umeå IK da Suécia que Marta ganhou destaque internacional, conquistando a UEFA Women’s Cup em 2004 e acumulando sete títulos da liga sueca durante sua passagem por clubes no país.
Posteriormente, Marta migrou para os Estados Unidos, onde defendeu várias equipes, incluindo Los Angeles Sol, Gold Pride e atualmente o Orlando Pride, onde é a maior artilheira e jogadora com mais partidas pela franquia. No Brasil, teve passagens vitoriosas pelo Santos, conquistando a Libertadores Feminina e a Copa do Brasil (ambos em 2009).
Pela seleção brasileira, Marta acumula feitos impressionantes. Estreou em 2002 e, desde então, marcou 119 gols em 183 jogos. Detém o recorde de maior número de gols em Copas do Mundo, com 17, superando tanto homens quanto mulheres. Foi crucial nas campanhas que renderam duas medalhas de prata olímpicas, em 2004 e 2008, e recebeu múltiplos prêmios individuais, incluindo seis títulos de Melhor Jogadora do Mundo pela FIFA.
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