Nenhum piloto dominou o circuito monegasco como Senna, que até hoje mantém o recorde de vitórias na mais icônica corrida da F1
Nenhum piloto na história da Fórmula 1 aproveitou tão bem as curvas e visuais do Grande Prêmio de Mônaco quanto Ayrton Senna. O ídolo brasileiro ultrapassou a marca de Graham Hill e se tornou o maior vencedor da história da corrida, com seis vitórias ao todo. Até hoje, ninguém conseguiu igualar os feitos do tricampeão.
Na última semana, viralizou no Instagram um vídeo do histórico piloto brasileiro fazendo uma volta rápida no circuito de Mônaco quando ele corria pela McLaren. O vídeo mostra outros pilotos de diferentes épocas enfrentando dificuldades e batendo no estreito circuito monegasco, para, em seguida, exibir a volta praticamente perfeita de Senna.
O apelido “Rei de Mônaco” não é à toa. Em 1984, já em sua estreia no principado, Senna quase conquistou a vitória. Ele largou em 13º lugar, escalou o grid em meio à chuva, superou o campeão daquele ano, Niki Lauda, e tirou uma vantagem de mais de 30 segundos para Alain Prost. Quando estava prestes a alcançar a liderança, a corrida foi encerrada prematuramente, com menos da metade das voltas completadas.
Nos dois anos seguintes, Senna enfrentou um abandono e uma terceira colocação, o que só aumentou sua sede por uma vitória em Monte Carlo, que finalmente veio na temporada de 1987.
Correndo pela Lotus, no ano em que Nelson Piquet se tornaria tricampeão, Senna começou a temporada enfraquecido pelas limitações de seu carro, com dois abandonos e um pódio em três corridas. Ainda assim, ele se classificou em segundo lugar em Mônaco, atrás de Nigel Mansell, da Williams. Após a quebra do britânico na 30ª volta, Senna assumiu a liderança e celebrou sua vitória, até mesmo jogando champanhe no Príncipe Rainier durante a cerimônia no pódio.
No ano seguinte, Senna migrou para a McLaren, iniciando uma parceria histórica que lhe renderia três títulos mundiais. No entanto, sua estreia com a nova equipe nas ruas de Monte Carlo não foi das melhores: apesar de largar da pole position, ele bateu a 12 voltas do fim, quando liderava com 55 segundos de vantagem sobre seu companheiro de equipe, Alain Prost. Chateado, Senna foi direto para sua casa em Monte Carlo, onde passou o restante do dia.
Em 1989, no entanto, Senna deu o troco, superando Prost e cruzando a linha de chegada quase um minuto à frente de seu rival, em meio à tensão crescente dentro da McLaren após o controverso GP de San Marino. Esse foi o segundo de seus seis triunfos em Mônaco.
No ano do bicampeonato, em 1990, Senna conquistou sua terceira vitória no principado, mesmo enfrentando dificuldades, como quase colidir com Satoru Nakajima e Derek Warwick, além de lidar com um motor falhando nas voltas finais. Ainda assim, ele segurou a liderança e garantiu a vitória com apenas um segundo de vantagem sobre Jean Alesi.
A quarta vitória de Senna em Mônaco veio em 1991, após largar da pole position. Apesar de uma corrida cheia de incidentes, incluindo quase atropelar um fiscal de pista, ele cruzou a linha de chegada à frente de Mansell e Alesi, garantindo também o 30º triunfo de sua carreira.
A vitória que igualou o recorde de cinco conquistas de Graham Hill em Mônaco veio em 1992, quando Senna superou a superioridade do carro de Nigel Mansell para vencer pela primeira vez naquele ano. Mansell, que havia largado da pole, foi forçado a uma parada nos boxes a seis voltas do fim, permitindo que Senna assumisse a liderança e garantisse sua quinta vitória no principado.
A despedida de Senna da McLaren, em 1993, foi marcada por sua sexta e última vitória em Mônaco, superando o recorde de Graham Hill e solidificando seu status de “Rei de Mônaco”. Mesmo após bater nos treinos e largar em terceiro, Senna contou com a sorte ao ver Prost ser penalizado e Schumacher abandonar a corrida, permitindo ao brasileiro cruzar a linha de chegada à frente de Damon Hill e alcançar seu lugar definitivo na história do circuito monegasco.