Um grupo de 90 conselheiros do Corinthians protocolou na tarde desta segunda-feira (26), no Parque São Jorge, um requerimento pedindo a abertura de um processo de impeachment contra o presidente do clube, Augusto Melo.
O documento foi endereçado a Romeu Tuma Jr., presidente do Conselho Deliberativo do clube, e está fundamentado em artigos do estatuto do Corinthians, da Lei Geral do Esporte e da Lei 9.613/1998.
Os signatários do pedido, que se autodenominam “apartidários,” incluem membros de diversas alas da política alvinegra. Entre eles, destaca-se o ex-presidente do clube, Mário Gobbi, que liderou o Corinthians entre 2012 e 2015. Gobbi comentou sobre a iniciativa, afirmando que o movimento “Reconstrução” é uma ação apartidária que reúne conselheiros independentes com o objetivo de focar no bem maior do clube.
“O Corinthians está no limite. Não suporta mais todo esse desmando, toda essa confusão e falta de gestão. É preciso organizá-lo o quanto antes, seja para o clube parar de sangrar, seja para que nosso time dê a resposta no campo e saia dessa situação no Campeonato Brasileiro que aflige a todos nós,” declarou Gobbi, reforçando a urgência das mudanças.
Entre as razões apontadas no pedido de impeachment estão um suposto caso de má gestão envolvendo a empresa VaideBet e um episódio de desentendimento de Augusto Melo com um torcedor do Cruzeiro, ocorrido em Belo Horizonte, que resultou em uma denúncia na delegacia do estádio do Mineirão.
O grupo de conselheiros também destacou um depoimento de Armando Mendonça, segundo vice-presidente do clube, que relatou uma possível omissão de Augusto Melo no caso da intermediação financeira suspeita.
Caso o processo de impeachment avance, Augusto Melo terá a oportunidade de se defender das acusações. A decisão final sobre sua permanência no cargo dependerá de uma votação em sessão extraordinária do plenário do Conselho Deliberativo. Mesmo que o Conselho aprove o impeachment, a destituição do presidente precisa ser ratificada pelos sócios do clube.
O presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Jr., tem cinco dias para encaminhar o requerimento à Comissão de Ética do Corinthians, que será responsável por dar andamento ao processo. A reportagem tentou entrar em contato com Augusto Melo para comentar o pedido de impeachment, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.
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