A declaração do preparador físico do Flamengo sobre as lesões dos jogadores

Fábio Mahseredjian, preparador físico da equipe técnica de Tite (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

O Flamengo enfrentou mais uma derrota no Brasileirão, desta vez por 2 a 1 para o Corinthians, em partida realizada neste domingo (1). No entanto, a derrota não foi o único motivo de preocupação para o time rubro-negro. As constantes lesões no elenco têm se mostrado um desafio contínuo, e o preparador físico do clube, Fábio Mahseredjian, destacou que isso faz parte de um “fenômeno mundial” que afeta o futebol de forma geral.

Segundo Mahseredjian, as lesões não são exclusivas do Flamengo, mas sim um reflexo de uma mudança na intensidade do futebol moderno. O preparador físico mencionou um estudo que acompanha sete temporadas consecutivas na Inglaterra, indicando um aumento significativo na quantidade de sprints e na distância percorrida em alta velocidade pelos jogadores. Esse incremento na intensidade das partidas tem contribuído para o maior número de lesões, especialmente nas coxas, que se tornaram uma preocupação constante para os atletas.

“É um fenômeno ocorrido no mundo todo. Tem times no Brasileiro com 12 no DM (departamento médico). O Botafogo ontem teve um atleta (Cuiabano) com lesão de posterior de coxa logo no início da partida. Hoje aqui o Corinthians com quatro, cinco minutos, também teve um que machucou a posterior da coxa (Hector Hernández). Outro saiu no segundo tempo, não sei se lesionado ou não, mas com a mão na posterior da coxa. É um fenômeno mundial”, disse Mahseredjian antes de complementar:

“Em novembro do ano passado saiu uma reportagem do Mirror, da Inglaterra, que em uma certa rodada havia 30 jogadores que não iriam jogar por lesões em posterior de coxa. Foram as três que fomos acometidos: Gabriel, Pedro e Nico (De la Cruz), que foi uma lesão muito pequena. Foi concentrado, não está tudo errado, nós estamos bem equilibrados, sabemos o que estamos fazendo. Essas lesões vão continuar ocorrendo”, finalizou ele.

Nas últimas semanas, o Flamengo viu vários de seus jogadores chave, como Pedro, Arrascaeta e Nicolás De La Cruz, sofrerem lesões musculares. No duelo contra o Corinthians, David Luiz também precisou ser substituído após sentir dores na coxa.

O preparador físico também destacou a dificuldade em prever ou prevenir lesões, apesar dos esforços para atenuar os impactos do desgaste físico. A pausa no calendário, que durará 11 dias, é vista como uma oportunidade crucial para que o Flamengo recupere seus jogadores lesionados e esteja em melhores condições para a sequência da temporada, que inclui compromissos importantes como a Copa do Brasil.

Além disso, Mahseredjian comparou a situação do Flamengo com a de outros clubes, tanto no Brasil quanto no exterior, que também enfrentam um número elevado de jogadores no departamento médico. O Botafogo, por exemplo, teve jogadores lesionados recentemente, assim como o Corinthians, que sofreu com lesões na mesma partida contra o Flamengo.

“A lesão do Arrascaeta foi de adutor, ninguém esperava. Nenhum exame detectou a possibilidade de vir lesão. Prever lesão não existe, não há nada que nos mostre. Você tenta atenuar, mas prever ou prevenir é muito difícil. Não é uma realidade só nossa. Sei que tem DM de clubes com 12, nove, seis… É sazonal. Esse intervalo vai nos dar tempo de recuperar esses atletas porque sai desse período congestionado. Se tudo der certo e conseguir avançar, serão mais oito jogos consecutivos”, explicou o profissional antes de finalizar:

“Nós enfrentamos, como outras equipes também, 13 jogos consecutivos agora nesse período congestionado, pós-Copa América. Com decisões duras, viagens longas… Jogar em La paz é muito difícil. E foi uma decisão que valeu uma classificação. Futebol ficou mais intenso. Esse ano o acréscimo dos jogos aumentou. Hoje tivemos 18 minutos, só o Gerson nesses 13 jogos jogou 14. Quase um jogo e meio a mais por causa dos acréscimos, e olha que contra o São Paulo ele entrou só no segundo tempo, e contra o Botafogo jogou só o primeiro. Citei ele por ser o com mais minutagem”, argumentou ele.