Em entrevista, Marcelo Paz, presidente do Fortaleza, fez duras críticas à prática de clubes com dívidas contratarem jogadores sem cumprir com suas obrigações financeiras. Para ele, essa situação representa uma forma de “doping financeiro”, prejudicando a justiça nas competições esportivas.
“Eu, particularmente, tenho duas opiniões sobre o assunto: Primeiro, acho que o clube devedor, por exemplo, que está em atraso com compras de jogadores, principalmente a outros clubes, não deveria poder contratar. Deveria ter uma limitação, porque isso é um tipo de doping financeiro. Esse clube, então devedor, pode prejudicar seus rivais por trazer um jogador sem fazer o devido pagamento, faz uso desse jogador e tem um ganho esportivo sem o desembolso financeiro apropriado”, afirmou Paz.
Além de criticar a falta de pagamento, Paz levantou dúvidas sobre a origem dos recursos de alguns clubes que gastam acima de seu próprio orçamento. O dirigente questionou como essas operações são realizadas e como passam pelo crivo dos conselhos fiscais.
“É estranho quando um clube, por exemplo, gasta só em contratações mais do que o seu próprio orçamento. Então, de onde vem esse dinheiro? Como é que isso foi contabilizado? Passou pelo conselho do clube? Sei que hoje existem clubes associativos, os clubes de SAF que são donos, e por vezes o dono aporta. E mesmo assim, na minha opinião, tem que ter um limite de controle para que a disputa esportiva seja mais justa”, apontou o presidente.
Marcelo Paz citou o Flamengo como um exemplo positivo de gestão financeira responsável no futebol brasileiro. Ele destacou que, ao contrário de outros clubes, o Flamengo tem condições de realizar grandes contratações por conta de sua capacidade de gerar receitas elevadas de forma sustentável, sem infringir o fair play financeiro.
“Não sou a favor de limitação de salários, nem mesmo de contratações, desde que o clube demonstre a capacidade de fazer isso com as suas receitas. Por exemplo, o Flamengo é um bom caso para isso. É um clube que consegue receitas altíssimas por competência e consegue, assim, contratar grandes jogadores e pagar seus salários, sem infringir qualquer questão financeira de fair play esportivo”, destacou Paz.
A fala do dirigente reforça a necessidade de um controle mais rígido nas finanças do futebol, para que a competitividade entre os clubes seja mais justa. Ele defende que clubes que não honram suas dívidas ou gastam além de suas possibilidades devam ser limitados em suas contratações, evitando desequilíbrios financeiros e esportivos no cenário nacional.
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