O Atlético-MG deu mais um passo importante em sua reestruturação financeira ao lançar uma oferta pública de debêntures-fut com o objetivo de captar R$ 105 milhões no mercado financeiro. Essa iniciativa, pioneira entre os clubes-empresas no Brasil, visa quitar parte das dívidas do clube e alongar prazos de outras pendências financeiras, conforme comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
As debêntures-fut foram criadas especificamente para as Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) como uma alternativa de captação de recursos. Elas permitem que os clubes obtenham capital por meio de dívidas junto a investidores profissionais, que devem ter pelo menos R$ 10 milhões em aplicações financeiras. No caso do Atlético, os títulos emitidos pagam CDI mais 3,5% ao ano e têm vencimento previsto para 2027.
A oferta do Atlético envolve a emissão de 105 mil debêntures simples, não conversíveis em ações, com valor nominal de R$ 1 mil cada. A distribuição começou nesta segunda-feira (30/9), data em que o clube iniciou as apresentações aos investidores, e a expectativa é de que a primeira liquidação financeira ocorra em breve. O prazo final para o encerramento da oferta está marcado para 29 de março de 2025.
Pelas regras da CVM, o Atlético está em período de silêncio e, portanto, não pode se manifestar oficialmente sobre a operação. Durante esse intervalo, o clube deve adotar uma postura reservada diante da imprensa e do público, uma prática comum em ofertas públicas de captação de recursos.
A SAF do Atlético foi instituída em 1º de novembro de 2023, com um aporte inicial de R$ 913 milhões feito pelo grupo Galo Holding, que adquiriu 75% das ações da sociedade. Os outros 25% permaneceram com a associação. Desde então, a gestão do clube tem trabalhado na redução do endividamento, que ao fim de 2023 estava avaliado em R$ 1,3 bilhão. A expectativa é de que esse valor seja reduzido para R$ 1,2 bilhão até o fim deste ano.
O Galo Holding é formado por diferentes investidores. A 2R Holding S.A., dos empresários Rubens Menin e Rafael Menin, detém a maior fatia, com 55,74% das ações. O FIP Galo Forte, representado por Daniel Vorcaro, possui 26,88%, enquanto o FIP FIGA, composto por torcedores, possui 8,96%. O empresário Ricardo Guimarães detém os 8,43% restantes.
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