No último episódio do Papo Copero, o jornalista Rica Perrone fez duras críticas ao modelo de gestão dos direitos de imagem dos jogadores no futebol brasileiro, citando um exemplo envolvendo a EA Sports e o FIFA. Perrone destacou a complexidade e a falta de centralização nas negociações com os clubes e atletas para incluir o Brasileirão nos jogos virtuais, em comparação com outras ligas internacionais.
Segundo Perrone, enquanto grandes ligas como a Premier League e times como o Real Madrid entendem a importância de ter seus clubes e jogadores nos games como forma de promoção, no Brasil, os dirigentes parecem adotar uma postura contrária. Ele explicou que, em vez de enxergar o valor de exposição que o FIFA oferece, os clubes brasileiros cobram quantias elevadas pela inclusão, muitas vezes inviabilizando a participação.
“O cara da EA Sports chega aqui e fala gente, olha só, precisa colocar o futebol brasileiro no FIFA. É importante pras marcas que patrocinam os clubes, pros clubes, pra garotada, é muito importante pro clube. Aí o cara fala assim pro cara do FIFA, fala, entendeu? Olha só. A gente quer 200 mil, que eu falo, mas é que eu não pago pro Real Madrid. Eu não pago pra La Liga, eu não pago pra LA Liga pra tá lá, porque eu tô promovendo, é venda indireta, e cara, você tá botando ali os seus anunciantes e tal, molecada jogando”, afirmou.
Perrone citou o exemplo do Palmeiras, que firmou uma exclusividade com o jogo PES, tornando impossível a presença de confrontos como Palmeiras e Corinthians no FIFA. Ele também criticou a necessidade de negociar individualmente com cada clube e jogador, em vez de haver um acordo coletivo, como acontece em outras ligas.
“Aí o que o FIFA faz? Eu não quero fechar a Liga, porque eu não posso, eu vou ter que fechar individualmente cada clube. Aí ele vai no Grêmio, e fala assim, Grêmio, quero trazer você pro FIFA. O Grêmio autoriza a camisa e a arena. Pô, legal. Grêmio, jogadores. Então eu não tenho direito de imagem de jogador. Você paga o direito de imagem de jogador sim, mas é só pra bordar imposto, mesmo. Cara, o futebol brasileiro é uma piada”, disse.
“Isso é uma várzea”, disse Rica, referindo-se ao fato de que, para colocar os jogadores brasileiros no FIFA, a EA Sports precisaria negociar diretamente com cada um, o que torna o processo inviável e burocrático. Ele também comparou o cenário ao da Libertadores, que ao ser adquirida pela EA, permite a inclusão dos jogadores, algo que, segundo ele, não ocorre com o Brasileirão devido à fragmentação dos direitos.
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