Flamengo emite nota oficial sobre Rodolfo Landim

Centro de Treinamento Ninho do Urubu - Foto: divulgação

Neste sábado (12), o Flamengo publicou uma nota oficial, respondendo ao vazamento de uma notificação enviada a Rodolfo Landim, atual presidente do clube, sobre despesas não previstas no orçamento para a próxima temporada.

Notificação gera ruído eleitoral

Na sexta-feira (11), presidentes de diferentes Poderes do Flamengo notificaram Landim por alegada violação do Estatuto Social. A principal queixa é que ele teria assumido despesas fora do prazo permitido de 180 dias antes do fim do mandato, previsto para dezembro de 2024. Além disso, a notificação acusa o presidente de exceder os limites orçamentários definidos para 2025.

No entanto, o clube, em sua nota oficial, rebate as alegações. Segundo o texto, o documento é interpretado como um ataque com motivações eleitorais. 

Isso porque, conforme citado na nota, Luiz Eduardo Baptista, presidente do Conselho de Administração e candidato à presidência, foi um dos signatários do ofício, sugerindo que o ato tenha caráter político.

Orçamento, Contratos e Estádio: No Centro do Debate

A notificação menciona que as despesas questionadas incluem contratos de serviços relacionados ao futebol. O Conselho Diretor destacou que impedir tais negociações seria equivalente a inviabilizar a participação do Flamengo na janela de transferências de meio de ano. 

Vale destacar que, segundo o clube, esses questionamentos nunca foram levantados em janelas anteriores, inclusive em 2021, quando muitos dos presidentes atuais já estavam no poder.

Além disso, as despesas ligadas ao projeto do novo estádio também geraram controvérsia. O clube reforçou que a compra do terreno foi autorizada pelo Conselho Deliberativo com ampla maioria, e por isso a decisão não pode ser alterada. 

Sendo assim, a gestão de Landim defende que todas as ações realizadas respeitam o Estatuto do clube.

Por fim, o Flamengo reafirmou que todas as contas do clube estão em dia, sem atrasos com impostos ou fornecedores. 

Desse jeito, o Conselho Diretor criticou a divulgação pública do ofício, classificando-a como uma tentativa de tumultuar a gestão na reta final da temporada.

Confira a nota do Flamengo na íntegra:

O Conselho Diretor do Clube de Regatas do Flamengo vem a público, diante de notícia publicada, em 11.10.2024, pelo jornalista Venê Casagrande, acerca de Ofício conjunto encaminhado pelos demais Poderes do Clube ao Presidente deste Conselho Diretor, esclarecer o que se segue.

Inicialmente, é de se lamentar que um ofício interno e restrito a presidentes de poder tenha sido vazado para a imprensa com o claro intuito eleitoral. Medidas como essa não configuram, apenas, um ataque político ao Presidente do Flamengo, mas sim um ataque institucional ao próprio Flamengo.

A motivação político-eleitoral do Ofício se torna ainda mais gravosa ao se verificar que o referido documento se encontra assinado por um candidato à eleição para o cargo de Presidente do Conselho Diretor, notadamente, o atual Presidente do Conselho de Administração, Sr. Luiz Eduardo Baptista, que se utiliza do cargo para fins puramente eleitorais, não tendo credibilidade para suscitar qualquer questão.

No referido Ofício, afirmam os signatários que “têm tomado conhecimento, pelos mais diversos meios de comunicação”, que o Presidente do Conselho Diretor estaria “realizando despesas ou pretendendo realizá-las, inclusive nas áreas de patrimônio e do futebol, que podem vir a contrariar as regras orçamentárias e de responsabilidade fiscal”, revelando, ainda, a ausência de qualquer fundamento para as acusações e insinuações que estão sendo feitas, sobretudo ao dizer que tais fatos foram conhecidos através da mídia, sem sequer determinar quais seriam esses fatos ou despesas supostamente irregulares.

A gestão exercida pelo Presidente Rodolfo Landim sempre se pautou pela responsabilidade orçamentária e fiscal, todas as suas contas foram submetidas a auditoria externa e jamais houve qualquer descumprimento das normas estatutárias, em especial aquelas imputadas no citado Ofício, que, repita-se, foi indevidamente levado ao conhecimento público.

O Ofício em questão chega ao cúmulo de questionar a celebração de contratos de “prestação de serviços de futebol”, o que, ao fim e ao cabo, importaria em impedir o Flamengo de participar da “janela de meio de ano”, o que nunca aconteceu e nem foi questionado por outros Poderes na história do Clube, o que reforça a impressão de que há claro propósito de prejudicar e tumultuar a gestão do Clube na reta final dos campeonatos.

Importante registrar que este tipo de questionamento não foi feito, por exemplo, no ano de 2021, quando dois desses presidentes de Poder já ocupavam os referidos cargos e os demais eram vice-presidentes de poder, apesar de, naquela janela de meio de ano, terem sido contratados atletas e treinador.

Vale dizer que o Flamengo é um clube que não tem o pagamento de um único compromisso, seja com impostos, empregados ou fornecedores, atrasado, o que faz aumentar ainda mais a surpresa do Conselho Diretor em relação a iniciativa.

Do mesmo modo, não há qualquer despesa irregular na área de “patrimônio”, tratando-se, obviamente, de um indevido questionamento à compra do terreno, para construção do futuro estádio do Flamengo, a qual foi devidamente autorizada pelo Conselho Deliberativo do Clube, em uma reunião histórica, com voto favorável de mais de 600 sócios. A decisão do Clube, tomada através do Conselho Deliberativo, foi a de fazer o estádio e não pode ser alterada em hipótese alguma, ainda que um Presidente de Poder ou candidato à Presidência seja contra a ideia.

Por fim, é preciso esclarecer que todas as despesas e atos do Presidente do Conselho Diretor foram praticados em estrita obediência às normas estatutárias do Clube de Regatas do Flamengo. O Clube vem realizando a execução orçamentária dentro da meta estabelecida e respeitando o limite previsto no artigo 146, inciso III, do Estatuto Social, o que revela ser ainda mais inapropriada a interferência ora tratada.

Por tais razões, o Conselho Diretor vem a público repudiar o teor do Ofício Conjunto, assinado pelos demais presidentes de Poder, em manifesto intuito político, registrando-se que todas as despesas e atos do Conselho Diretor e de seu Presidente foram praticados em estrita obediência às normas previstas em lei e no Estatuto Social do Clube de Regatas do Flamengo.

Conselho Diretor

Saudações Rubro-Negras!