Internacional avalia possíveis mudanças estruturais e enfrenta desafios financeiros, diz Barcellos
O presidente do Internacional, Alessandro Barcellos, destacou a importância de discutir a entrada de investidores no clube, sem perder o controle majoritário, durante entrevista ao programa F360 da ESPN. Segundo Barcellos, o cenário atual do futebol brasileiro pode gerar uma disparidade financeira cada vez maior entre as equipes, o que exige atenção e planejamento estratégico.
“Estamos vendo esse novo momento. Um descolamento grande de outros clubes. Isso tem que acender uma luz amarela em todos nós para que não haja um desequilíbrio. A gente precisa olhar para isso com o olhar de quem quer fazer mudança”, afirmou Barcellos.
Ele também comentou sobre a possibilidade de o Internacional se tornar uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) no futuro. Barcellos ressaltou a necessidade de mudanças na governança dos clubes associativos, que, por serem mais políticas, dificultam a agilidade na tomada de decisões.
“Os clubes associativos têm uma governança mais política e dá menos agilidade para a tomada de decisão. Isso precisa ser discutido”, disse.
Apesar do desejo de debater essas mudanças, o presidente admitiu que o clube ainda não iniciou formalmente as discussões sobre governança.
“Sequer iniciamos o debate sobre governança e é necessário que a gente faça isso, buscando informações, experiências boas e ruins. O Inter, hoje, não precisa fazer um processo de aderência de algum modelo, e esse é o melhor momento. Temos que propor esse debate para que possamos estar atualizados e dar ferramentas à discussão”, acrescentou.
“É investir na base e vender atletas? Esse é o modo que a gente acha possível? Isso é suficiente? Ou vamos atrás de parceiros, parceiros que vão exigir uma governança diferente?”, questionou o presidente.
Outro tema abordado por Barcellos foi a situação financeira do clube após as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, causando um prejuízo de R$ 90 milhões ao Internacional. Segundo o presidente, o clube tem buscado receitas extras e redução de custos para minimizar o impacto.
“Nós vivemos uma realidade muito difícil, assim como a maioria dos clubes, que é a necessidade de vender atletas para que as contas se equilibrem. Nosso planejamento era de R$ 135 milhões e foi batido. Nas condições normais, ou seja, sem uma catástrofe, esse era o resultado para o equilíbrio”, explicou.
“Mas, com as enchentes, tivemos um prejuízo de R$ 90 milhões. Precisamos elevar a receita e reduzir custos até o final do ano para que esse prejuízo seja minimizado. O equilíbrio tem sido a busca, mas, infelizmente, as coisas mudaram o rumo”, concluiu Barcellos.