A declaração de Mauro Cezar sobre o estádio do Flamengo

Mauro Cesar em Programa pela Jovem Pan - Foto: Reprodução/Jovem Pan

Atualmente o Flamengo possui diferentes possibilidades de modelo para financiar a construção de seu estádio próprio no Gasômetro, localizado no centro da cidade.

Porém, para o jornalista Mauro Cezar, há questionamentos sobre algumas das possibilidades que foram levantadas até aqui.

Modelo bem similar ao feito pelo Palmeiras

Vale ressaltar que o jornalista ainda disse acreditar que será um modelo bem similar ao feito pelo Palmeiras com a WTorre no Allianz Parque.

”A realidade é bem mais complicada do que parece. Para construir esse estádio, o Flamengo vai ter que se comprometer financeiramente. Não vai ser fácil. Continuo achando que o melhor modelo seria buscar algo parecido com o que fez o Palmeiras. Ter um parceiro que, se não construir o estádio completamente, assuma metade do custo”, iniciou Mauro Cezar no ‘Uol News Esporte’.

Contrato do Palmeiras com a WTorre

Para que você entenda, em 2010, o Palmeiras e a WTorre assinaram um contrato para a transformação do Palestra Itália no atual Allianz. Com isso, a construtora custeou toda a obra com R$ 630 milhões. Em troca, a partir do momento que ficou pronto, em 2014, iniciou-se o período de 30 anos da parceria.

Esse período então era no qual a empresa brasileira de engenharia, WTorre, teria o total direito de explorar a utilização do local.

Nisso tudo, há uma divisão no contrato que permite a empresa alugar o estádio para eventos e arrecadar valores com estacionamento, lojas e lanchonetes.

E a grande parte da porcentagem de naming rights também é da empresa. Pois o Palmeiras tem um percentual definido que cresce gradativamente a cada cinco anos.

O que é naming rights?

Naming rights, ou direitos de nome, é um acordo comercial em que uma empresa paga para colocar a sua marca no nome de um local, evento ou instituição. 

Com o objetivo de expandir o reconhecimento da marca, associando-a ao espaço e às memórias afetivas das pessoas.

No Brasil, a prática é muito associada a estádios de futebol, mas também pode ser usada em estações de metrô, espaços culturais, casas de espetáculo, competições e até em espaços urbanos.

Modelo sugerido é benéfico para o Flamengo 

O modelo até então sugerido é de benéfico para o Flamengo pois não irá gastar ou ao menos amenizar os custos da construção do estádio.

Que está previsto para algo em torno de R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões. Contudo, é questionado por torcedores e pelo técnico Abel Ferreira no Palmeiras.

Isso porque o time precisará deixar sua casa em momentos que são importantes para a temporada em função do calendário de shows estabelecido pela empresa.

Flamengo tem a concessão do Maracanã por 20 anos

Mas também Mauro Cezar lembrou algo importante, que o Flamengo tem a concessão do Maracanã por 20 anos e poderia utilizar o estádio nessas situações.

Ainda que deixar o seu estádio em função de outro evento seja sim bem ruim, ele entende que jogar no Templo Sagrado também não seria um problema.

“Quando o Flamengo precisar desocupar o estádio para um show, joga no Maracanã. Tem o Maracanã por 20 anos. Se terminar o estádio em 6 anos, ainda sobram 14 do Maracanã. Jogar no Maracanã como plano B não é nada mau”, comentou o jornalista.

WTorre pagava aluguel para o Palmeiras jogar no Pacaembu

Assim como a WTorre pagava aluguel para o Palmeiras jogar no Pacaembu e, sobre o comprometimento de receitas, diz que opções como naming rights e venda de cadeira terá o mesmo resultado.

“A WTorre pagava o aluguel do Pacaembu quando o Palmeiras ia jogar lá, um excelente negócio. Acho que o Flamengo deveria procurar algo nesses moldes. Se não for alguém que pague toda a obra, mas que pague parte significativa e seja um parceiro em receitas diversas. Ou até na receita dos jogos. ‘Vai comprometer receita futura’, venda de cadeiras e naming rights vão comprometer receita futura. Tem que se calcular tudo muito atentamente.“