Uma das maiores características do vascaíno é o envolvimento com o Club. Ele se orgulha de capítulos históricos, eternizados na cultura do futebol brasileiro e mundial. Seja por conta da Resposta Histórica, quando o Vasco se recusou a excluir negros, analfabetos e operário do quadro de atletas, seja por erguer São Januário. Mas a relação do torcedor com a casa cruz-maltina está prestes a mudar drasticamente, pois em 2024 deve acontecer o último jogo no estádio.
Dono de quatro títulos do Campeonato Brasileiro, de três conquistas continentais, de três torneio Rio-São Paulo, uma Copa do Brasil e vinte e quatro Campeonatos Cariocas, não faltam títulos para o torcedor cruz-maltino comemorar. O vascaíno se orgulha não só das conquistas desportivas dentro de campo, mas, principalmente, do que a instituição conquistou fora dele e São Januário é uma delas.
O Estádio de São Januário foi inaugurado em 21 de abril de 1927 graças à união de torcedores, que se associaram e arrecadaram fundos para erguer a Colina Histórica. Sem qualquer financiamento público, houve um envolvimento de inúmeros vascaínos para compra do local, de materiais de construção e da edificação do lugar.
Inicialmente construído foi uma exigência da antiga Associação Metropolitana de Esportes Athleticos (AMEA) para que o Vasco pudesse voltar a liga, já que havia sido excluído em 1924 por se recusar a excluir negros, pobres e analfabetos do quadro de atletas. A AMEA em um ato racista e elitista, exigiam que os vascaínos tivessem um campo próprio para serem reintegrados.
De nome Vasco da Gama e, popularmente, chamado de São Januário, foi erguido na, hoje, rua Roberto Dinamite o maior estádio da América do Sul. Ele foi palco de um público, extraoficialmente, de sessenta mil presentes para assistir um amistoso entre o cruz-maltino com o Arsenal de Sarandí em 25 de maio de 1949. Os gramados vascaínos, também, eram comumente usados como local dos comícios do ex-presidente da República Getúlio Vargas e tem a promulgação da Consolidação das Leis Trabalhistas como maior ato histórico.
Com um arcabouço de grandes acontecimentos desportivos ou não, o vascaíno criou uma sinergia com o estádio, que deve ser remodelado na reforma proposta pela gestão do atual presidente Pedrinho. Com a aprovação da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro e a sanção do prefeito Eduardo Paes para a venda do potencial construtivo, faltam apenas cinco jogos disputados lá para que fechem o local para reforma.
Apenas no Campeonato Brasileiro após a eliminação na Copa do Brasil diante do Atlético-MG, restam apenas nove jogos para o Vasco na competição, destes, cinco serão realizados na casa cruz-maltina. O primeiro é o confronto desta quinta-feira (24/10) contra o Cuiabá, válido pela décima nona rodada do torneio. Ele ainda enfrenta Bahia, Internacional, Atlético-MG e, por último, o Atlético-GO em casa.