O Peñarol vai encabeçar um pedido para impedir que os clubes brasileiros mandem jogos das competições da Conmebol no Brasil. A atitude é uma reação ao comportamento da polícia do Rio de Janeiro ao conter torcedores aurinegros na confusão às vésperas do confronto com o Botafogo, o qual o time entendeu como “excessivo”. Os uruguaios querem que os argentinos Boca Juniors, River Plate, Racing e Lanús também se unam à exigência.
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O jogo de ida da semifinal da Copa Libertadores da América não ficou marcado apenas pela goleada que o Peñarol sofreu no Estádio Nilton Santos. Os carboneros perderam de forma contundente por 5 a 0 para o Botafogo, com gols de Alexander Barboza, Luiz Henrique, Igor Jesus e Savarino, que marcou duas vezes.
Poucas horas antes da partida entre as equipes, torcedores do Peñarol protagonizaram cenas lamentáveis. Eles foram flagrados agredindo ambulantes, depredando e saqueando estabelecimentos, ateando fogo em motos e usaram cadeiras e mesas como escudos contra a intervenção da polícia, no Recreio, Rio de Janeiro.
A polícia conseguiu conter os exaltados e apreendeu mais de 200 uruguaios, dos quais 21 seguem presos. Mas, para o membro do conselho diretor do Peñarol, Evaristo González, houve excesso por parte das autoridades brasileiras. De acordo com ele, a repressão policial é algo corriqueiro quando os clubes jogam no Brasil.
“Não é a primeira vez que isso acontece no Brasil”, denunciou e clamou por apoio. “Acredito que o Peñarol tem que se mexer, junto com clubes da Argentina que viveram situações semelhantes, para ir à Conmebol e propor que o Brasil inteiro tenha uma punição exemplar, ou perca a localidade por dois anos, que vão jogar no Paraguai, ou que realmente o Brasil aprenda uma lição pelo que está acontecendo”.
Apesar da revolta, o conselheiro afirmou que não quer que os botafoguenses sofram represálias no jogo de volta da Libertadores, na próxima quarta-feira (30/10), às 21h30, no Estádio Campeón del Siglo, em Montevidéu.
“Não quero que nossa Polícia maltrate os torcedores, jogue gás de pimenta ou coloquem suas vidas em risco, como aconteceu lá”, disse e finalizou. “Tivemos sorte de hoje não estarmos lamentando nenhuma morte”.