A declaração de Landim direcionada ao time do Botafogo

Rodolfo Landim, presidente do Flamengo (Foto: Reprodução/Flamengo)

Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, reitera preocupações sobre Fair Play financeiro no futebol brasileiro

O presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, se manifestou novamente sobre a questão do fair play financeiro, tema que ganhou destaque após a goleada de 4 a 1 sofrida pelo clube diante do Botafogo no Campeonato Brasileiro. Landim enfatizou que suas declarações não tinham como alvo John Textor, acionista da SAF alvinegra, mas fez observações que se aplicam à situação do Botafogo, levantando discussões sobre as finanças dos clubes brasileiros.

Em entrevista ao jornal “O Globo”, Landim explicou que, embora a presença de SAFs (Sociedades Anônimas do Futebol) seja benéfica para a melhoria da qualidade do futebol, a falta de regras claras e uniformes sobre o fair play financeiro preocupa.

“Não me interprete mal. Sou favorável a investimento no futebol. Por um lado, as SAFs investirem no futebol é bom. Porque melhora a qualidade do produto. Agora, como funciona isso? Uma vez, eu respondi num grupo de WhatsApp (disse que vivemos “tempos de SAF sem fair play financeiro”), John Textor (dono do Botafogo) respondeu já preocupado”, disse.

“Falei: “Cara, não estava falando para você”. Minha preocupação é porque agora tem grupos transnacionais. Você está saindo de um negócio que não é mais só o teu país. E as regras têm que valer para o todo. Aqui não tem fair play financeiro. Na França, você tem. E aí uma forma de aumentar a competitividade desse clube daqui é montando uma barriga de aluguel. Eu não estou dizendo que isso está acontecendo. Estou dizendo que pode acontecer”, ponderou.

O dirigente também criticou práticas de clubes que investem montantes superiores às suas receitas, um ponto que frequentemente é mencionado no contexto do Botafogo. Ele citou um exemplo de um clube que teve R$ 330 milhões de receita no ano anterior, mas que planejava investir R$ 550 milhões, considerando essa movimentação como um comportamento imprudente.

“Volto a dizer que investimento no futebol brasileiro é bom. Mas abre janela para se fazer movimentações esdrúxulas e, às vezes, gerar distorções que são grandes demais. Pode deixar, de repente, (o clube) endividar um pouco e tal. Mas um time que teve R$ 330 milhões de receita no ano passado investir R$ 550 milhões neste é maluquice. No Flamengo, faturo R$ 1,37 bilhão e invisto, sei lá, R$ 300 milhões, que é o que consegui gerar de diferença”, defendeu.

Landim reiterou que, apesar de sua preocupação com os excessos, ele acredita que os investimentos no futebol são importantes. No entanto, ele alertou que essa prática pode levar a distorções financeiras significativas e ao endividamento de clubes, impactando a competitividade do esporte nacional.