Torcedores do Peñarol presos no Rio de Janeiro sofrem nova denuncia

Jogadores do Peñarol em 2024 (Foto: Reprodução/Peñarol)

Confusão entre torcedores do Peñarol e comerciantes no Recreio termina com prisões

Comerciantes do Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, relataram problemas com torcedores do Peñarol que estavam na cidade para acompanhar a partida contra o Botafogo, pela semifinal da Libertadores 2024. Segundo os comerciantes, os uruguaios teriam se recusado a pagar por porções de camarão e batata frita, iniciando uma confusão que culminou em depredação, furtos e atos de violência. As informações foram divulgadas pelo jornalista Bruno Braz, do “UOL”, nesta quarta-feira (6/11).

Além da questão do pagamento, as denúncias também envolvem racismo, roubo, incêndio e agressões. Relatos apontam que a situação teria se agravado quando um torcedor uruguaio, supostamente armado, realizou quatro disparos na área. Durante os confrontos, veículos foram incendiados e houve registros de furtos e destruição em quiosques e outros estabelecimentos da região.

A polícia prendeu 21 torcedores do Peñarol, mas na terça-feira (5/11), 10 deles foram soltos pela Justiça do Rio. A decisão do juiz Marcello Rubioli, do Juizado do Torcedor e Grandes Eventos, foi motivada pela demora no oferecimento de denúncia por parte do Ministério Público, o que, segundo ele, configurou excesso de prazo na prisão preventiva. No entanto, eles terão que cumprir medidas cautelares, como comparecimento bimestral ao Juizado, proibição de frequentar eventos esportivos e de sair do Brasil até o julgamento.

Os torcedores liberados foram identificados como Michael Nicolas, Federico Gonzales, Santiago Facundo Sacremento Rodriguez, José Telechea, Santiago Zapata, Carlos Ramiro Tamborindeguy Lara, Felipe Pedrini, Lautaro Machado Raimondi, Luis Antonio Cursio e Jorge Lúcio da Silva Lima. Outros 11 torcedores continuam presos, aguardando novas decisões judiciais.

De acordo com testemunhas, a confusão durou cerca de 80 minutos e envolveu cenas de violência e vandalismo. Imagens mostram que torcedores utilizaram mesas, garrafas e paus para enfrentar policiais e para destruir a estrutura de um quiosque no calçadão. Uma moto foi incendiada e o trânsito na Avenida Lúcio Costa foi temporariamente interrompido por segurança.

No meio da confusão, moradores da região reagiram saqueando e incendiando um ônibus que transportava os torcedores uruguaios. Somente após a chegada de reforços da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, o grupo foi contido e levado à Cidade da Polícia, onde, ao todo, 283 pessoas foram detidas. Entre elas, 21 permaneciam presas até a decisão judicial de soltura de alguns dos envolvidos na terça-feira.