A CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, em andamento no Senado, intensificou as investigações e aprovou, nesta terça-feira, a convocação de Luiz Henrique, atacante do Botafogo e da Seleção Brasileira. O jogador é suspeito de ter participado de um esquema de manipulação de partidas quando atuava pelo Real Bétis, na Espanha. Essa convocação foi motivada por transações bancárias que envolvem R$ 40 mil recebidos por Luiz Henrique, via pix de parentes de Lucas Paquetá. A informação veio à tona em uma reportagem do portal UOL.
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Depoimento Obrigatório
Apesar da aprovação da convocação, a data para o depoimento de Luiz Henrique ainda não foi definida. Por ser uma convocação formal, o jogador é obrigado a comparecer, podendo sofrer medidas coercitivas – como condução policial – caso se recuse a depor. Diferentemente dos convites, que podem ser recusados sem consequências, a convocação impõe a presença obrigatória.
Logo após a vitória avassaladora do Botafogo sobre o Peñarol por 5 a 0, na Libertadores, Luiz Henrique se pronunciou brevemente sobre as suspeitas. Em tom firme, declarou sua inocência: “Querem apagar o meu brilho, mas não vão conseguir. Deus está comigo, minha família está comigo, nada disso aconteceu“.
Paquetá também vai depor
Além de Luiz Henrique, Lucas Paquetá, meio-campista do West Ham e da Seleção Brasileira, também prestará depoimento à CPI. Inicialmente agendado para o fim de outubro, o depoimento de Paquetá foi remarcado para o início de dezembro, a pedido de seus advogados. Essa mudança se deu para que o jogador pudesse apresentar sua defesa à Federação Inglesa (FA) previamente.
Paquetá enfrenta acusações formais da FA sobre um possível envolvimento em manipulação de resultados, com base em relatos de casas de apostas que notaram um volume atípico de apostas em cartões amarelos em partidas envolvendo tanto ele quanto Luiz Henrique no mesmo final de semana – um na Inglaterra e outro na Espanha. Apesar das acusações, Paquetá segue jogando normalmente pelo West Ham e pela Seleção, e nega veementemente qualquer envolvimento, tendo inclusive notificado a FA sobre vazamentos relacionados ao caso.
Bruno Henrique também na mira
A CPI também aprovou o convite ao atacante Bruno Henrique, do Flamengo, para depor. O jogador foi alvo de mandados de busca e apreensão em função de uma investigação conduzida pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). A suspeita é de que Bruno Henrique tenha forçado um cartão amarelo durante uma partida do Campeonato Brasileiro de 2023, entre Flamengo e Santos, em Brasília.
Na ocasião, Bruno Henrique entrou em campo pendurado com dois cartões amarelos e foi expulso aos 50 minutos do segundo tempo, após falta em Soteldo e uma reclamação acintosa com o árbitro Rafael Klein. O Flamengo já perdia por 2 a 1 – placar que se manteve até o fim da partida.
Após a recente conquista da Copa do Brasil, o atacante comentou sobre a situação, reiterando sua inocência. “Sim (sou inocente). Recebi (a operação) de uma forma agressiva. Não esperava da forma que foi, mas eu acredito na justiça lá de cima. Deus é um cara que sempre sabe. Minha vida, minha trajetória, desde quando eu comecei a jogar futebol. Deus sempre foi comigo. E, cara, eu estou tranquilo em relação a isso. As pessoas que estão aí nessa batalha comigo, eu só peço que a justiça seja feita e separar fora de campo com dentro de campo“, afirmou Bruno Henrique, em entrevista ao Troca de Passes, do SporTV.
O que vem a seguir?
Enquanto a CPI avança, a expectativa é grande para os depoimentos de Luiz Henrique e Paquetá, marcados por acusações graves que colocam em xeque a integridade de jogos em campeonatos de relevância internacional. No caso de Bruno Henrique, o convite já representa um passo importante para que o jogador esclareça as suspeitas que pesam sobre ele e fortaleça sua defesa.
