A declaração de Carlos Eduardo Mansur direcionada a CBF

Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, em entrevista coletiva da seleção brasileira feminina (Foto: Thais Magalhães/CBF)

Uma das cenas que mais chamaram a atenção no empate entre Brasil e Uruguai pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026, foi o esvaziamento dos arcos superiores da Arena Fonte Nova. Para o jornalista do Grupo Globo, Carlos Eduardo Mansur, a ausência do torcedor está refletida nos altos preços dos ingressos para a partida. Ele argumentou que a Confederação Brasileira de Futebol não aproveitou uma data simbólica como o dia da Consciência Negra para aproximar o torcer, pelo contrário, “excluiu”.

O Brasil empatou em 1 a 1 com o Uruguai na última terça-feira (19/11), pela 12ª rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026, com uma Arena Fonte Nova esvaziada pelo preço praticado na venda dos ingressos. Com os ingressos mais baratos sendo meia-entrada a 100 reais, Carlos Eduardo Mansur considerou que a CBF transformou a experiência de assistir um jogo da Seleção Brasileira a um exercício de sacrifício.

“Primeiro, você não tem o direito de transformar a ida ao estádio do torcedor em um exercício de abnegação, de sacrifício, submetendo a preços absolutamente abusivos. Um jogo com duzentos reais o ingresso inteiro mais barato, 100 reais a meia entrada para o setor com o ingresso mais barato”, começou. 

Mansur continuou argumentando que a CBF desperdiçou a chance de gerar a aproximação do público, às vésperas do simbólico dia da Consciência Negra, comemorado dia 20 de novembro.

“A gente vivia um dia muito simbólico, o jogo realizado na véspera do dia nacional da consciência negra. Na cidade que se orgulha de ser a cidade mais negra, fora da África. Com a presença desse símbolo que é o Vini Jr. Em uma capital como Salvador que representa lutas sociais importantíssimas da história do Brasil e se planeja várias campanhas para esse dia, com a presença da Seleção Brasileira. Qual é a mensagem que isso passa? A mensagem que isso passa, em tese, é de inclusão. A política de preço de ingressos refletida na arquibancada é de exclusão. Você excluiu um estrato importantíssimo da sociedade brasileira, muito representada em Salvador, muito representada Bahia, nesta capital tão importante na história do Brasil e você exclui essas pessoas.

Ele ainda apontou a ironia do técnico do Brasil, Dorival Jr, já ter se declarado em favor da reaproximação da Seleção com o povo brasileiro e a entidade ir na contramão.

“O técnico da Seleção, o Dorival, fala muito e bate muito sistematicamente na tecla de reaproximação da Seleção com o povo e essa política de ingressos caminha na direção imediatamente oposta”, finalizou