Diego Alves foi um dos maiores ídolos da história do Flamengo, chegou ao final da carreira no clube carioca e ainda foi um dos pilares na conquista da Libertadores de 2019.
O Goleiro, em uma carta divulgada pela ESPN, relata como foram os bastidores da Libertadores de 2019, ao qual o próprio goleiro coloca como uma emoção incessante.
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“Flamengo, Libertadores 2019 e camisa amarela. É inevitável não me emocionar quando falam sobre essas três coisas que ficaram marcantes na minha vida. E é por isso que deixo essa carta para a nação rubro-negra”
“Não dá para esquecer tudo que vivi desde que vesti essa camisa pela primeira vez. O dia 23 de novembro de 2019 é marcante para mais de 40 milhões de torcedores. E para mim não é diferente”
Ele se refere a final da Libertadores contra o River Plate ao qual Gabigol fez dois gols e o Flamengo virou a partida em cima da equipe Argentina.
“São cinco anos desde a conquista da Libertadores de Lima e parece que foi ontem. Mas para falar do histórico dia 23 de novembro, eu preciso voltar para 2017, 2018… anos marcados por alguns tropeços em campo, decepções e até uma possível saída. Sim, eu quase deixei o Flamengo. Mas eu sabia que a minha história não poderia acabar daquela forma.”
“É aí que entra o ano de 2019. Sim, se a tal ‘mudança de patamar’ que o querido Bruno Henrique criou passou a fazer sentido a partir de 23 de novembro de 2019, para mim a mudança de patamar no lado pessoal com o Flamengo se iniciou no comecinho de 2019. Aquele novo ciclo vinha para cicatrizar algumas feridas deixadas pelos anos anteriores. E o tempo é sempre o melhor remédio.”
Diego Alves relata que, muitos passaram pelo Flamengo, mas, poucos tiveram a oportunidade de entrar para a história como aquela equipe entrou:
“Desde que decidi ficar, eu lembrava do propósito: ser campeão de algo grande no Flamengo. No final, eu vou voltar com essa frase: “Muitos passaram, muitos tentam, mas poucos entram para história”. Eu sabia que seria preciso passar por muita coisa para que lá na frente essa frase fizesse sentido na minha trajetória pelo Flamengo. E eu já havia passado. Sofrido. Lutado. A recompensa viria.”
Pênalti contra o Emelec marcou conquista da Libertadores!
Diego Alves também relembra o pênalti que defendeu do Emelec, em uma semana de concentração, clássico e possibilidade de eliminação na Libertadores:
“Focamos no Brasileirão, vencemos o Botafogo num domingo para jogarmos na quarta contra o Emelec no Maracanã. E foi aí que viramos a chave.”
“Não se falava em outra coisa diferente de vitória, classificação. A preparação foi especial. O clima positivo trouxe confiança. Eu senti isso desde que entrei para aquecer. Mais uma vez foi sofrido? Sim. Abrimos 2 a 0 e quando achamos que iríamos abrir mais, o jogo parou. Não andou mais. E foi assim até os pênaltis.”
“Eu sempre tive fama de pegador de pênaltis. Na Espanha, defendi cobranças de Lionel Messi e Cristiano Ronaldo, mas os jogos não eram eliminatórios. Desta vez era diferente. O goleiro precisa aparecer nessas horas. Era o meu momento no Flamengo.”
“Naquele momento de tensão, lembro que o Jorge Jesus veio me explicar onde cada jogador batia. Eu falei para ele: “deixa eu concentrar”. Ele entendeu. Respeitou. As duas primeiras cobranças eu não consegui pegar. Do nosso lado, Arrascaeta e Bruno Henrique fizeram. Era a vez do Renê. Só de lembrar da cobrança dele, eu fico nervoso agora. E sei que você lendo essa carta também fica. Era a metade da disputa, 2 a 2 no placar. Um erro poderia mudar o nosso rumo. Mas eu confiava no Renê. Meus companheiros sabiam da qualidade dele. E o Renê foi lentamente para a bola até a hora do chute. E fez a melhor cobrança da disputa. Eu brinco que ele está cag*** até hoje. Ele veio em minha direção e disse que eu iria pegar o próximo.”
A longa carta registra o momento mais importante na vida do Diego Alves, que finaliza mais uma vez agradecendo ao Flamengo:
“Na hora de levantar a taça, ficou naquela: quem vai levantar? Ribas, Ribeiro e eu fomos capitães em algum determinado momento daquele ano. E aquela cena de nós três levantando a taça juntos marcou aquela geração. Foi um momento perfeito para consagrar a união daquele grupo que virou uma família.”
“Ah, e lembra daquela fase lá do início, eu volto para falar de novo. Agora ela fez sentido. “Muitos passaram, muitos tentam, mas poucos entram para história”. Depois disso, ganhamos muitas outras vezes. Mas não como em 2019. É algo que não vai se repetir. Não dá pra esquecer. E valeu muito a pena. Obrigado, Flamengo.”