Invenção de joelheira com airbag pode reduzir lesões no joelho, mas especialistas pedem mais testes
Uma inovação criada por empresários londrinos promete reduzir as lesões no joelho, comuns em atletas profissionais, como as do ligamento cruzado anterior (LCA), ligamento colateral medial (LCM) e meniscos. A joelheira desenvolvida pela Hippos Exoskeleton, equipada com inteligência artificial, é capaz de detectar movimentos de risco no joelho e, em milissegundos, acionar um airbag que estabiliza a articulação. O dispositivo inflaciona em 20 milissegundos, atuando três vezes mais rápido do que o rompimento de um ligamento, que dura em média 60 milissegundos.
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Este tipo de lesão é um problema frequente para jogadores de alto nível, como Rodri (Manchester City), Carvajal (Real Madrid) e Ter Stegen (Barcelona), que estão fora da temporada 2024/25 devido a danos nos ligamentos. No Brasil, a seleção também sofreu baixas importantes devido a lesões no joelho, com os casos de Pedro (Flamengo), Bremer (Juventus) e Neymar, que passou um ano em recuperação antes de retornar aos gramados recentemente.
O ge consultou profissionais de saúde esportiva para entender a viabilidade da tecnologia e a opinião de especialistas sobre o impacto do dispositivo. Bruno Mazziotti, ex-preparador físico de equipes como Arsenal, PSG e a seleção brasileira, e atualmente gerente de saúde e performance no Real Valladolid, acredita que a proposta da joelheira é promissora.
Ele explica que a estrutura ligamentar do corpo humano tem receptores sensíveis a movimentos anormais, mas sob fadiga, a capacidade de detecção desses movimentos é reduzida. Assim, a tecnologia pode ser uma boa aliada em momentos de fadiga, quando o corpo não consegue reagir de forma eficiente.
No entanto, Bruno ressalta a necessidade de experimentação para entender como o dispositivo vai funcionar em campo e como os atletas vão se adaptar ao uso da joelheira.
Já o fisioterapeuta Marco Antônio de Araújo, sócio-fundador da Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva (SONAFE), se mostra mais cético em relação à implementação do dispositivo. Embora reconheça a importância da tecnologia na prevenção de lesões, ele alerta para o risco de interferências indesejadas. Araújo questiona se a inteligência artificial será capaz de discernir entre movimentos normais e anormais, já que, no futebol, os atletas estão constantemente em situações de risco — como em dribles ou divididas — sem que isso resulte necessariamente em uma lesão.