Atitude da diretoria do Corinthians levanta suspeitas

Bandeira do Corinthians (Foto Reprodução/Instagram)

Corinthians suspende auditoria sobre contrato com VaideBet antes de conclusão

Menos de um mês após contratar a consultoria EY para apurar irregularidades no contrato de patrocínio com a VaideBet, o Corinthians suspendeu a investigação antes da conclusão. A decisão foi formalizada no dia 18 de junho de 2024, em e-mail enviado por Luiz Ricardo Alves, o Seedorf, então diretor-adjunto financeiro do clube. A mensagem foi obtida pelo ge.

A EY havia sido contratada inicialmente para reestruturar as áreas financeira e administrativa do clube, mas, em maio, foi acionada para uma investigação forense específica sobre o contrato com a VaideBet. A apuração se concentrava em um repasse de R$ 25 milhões em comissão para a Rede Social Media Design, empresa de Alex Cassundé, aliado do presidente Augusto Melo. A Polícia Civil também abriu inquérito para investigar possíveis empresas de fachada.

No entanto, a diretoria do Corinthians decidiu interromper a investigação interna. O e-mail de Seedorf determinava a suspensão de “todo e qualquer trabalho em andamento”. A decisão teria sido tomada após reunião com Augusto Melo e outros diretores.

Embora o clube não tenha esclarecido oficialmente o motivo da suspensão, fontes ligadas ao caso apontam descontentamento de membros da diretoria com a investigação. Vinicius Cascone, então secretário-geral, afirmou que a suspensão foi recomendação do departamento jurídico, com apoio do presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior.

“Foi uma orientação do diretor jurídico da época, acatada pelo presidente. O Conselho também se mostrava insatisfeito com o contrato”, disse Cascone.

Leonardo Pantaleão, diretor de negócios jurídicos, citou o alto custo do serviço como fator determinante:

“Não fazia sentido pagar por algo que a polícia já estava investigando de graça.”

Tuma também criticou a compatibilidade técnica da EY para realizar investigações:

“Adverti que a empresa não tinha o CNAE adequado para o serviço. Nunca pressionei a diretoria.”