Cruzeiro reage à decisão da CBF
O Cruzeiro manifestou seu descontentamento em relação à decisão da CBF de realizar o jogo contra o Palmeiras com portões fechados. O clube de Minas argumenta que a punição é injusta, visto que o ocorrido não foi causado por seus torcedores. A Raposa aguarda uma mudança no desfecho do caso, a menos de 48 horas da partida, agendada para quarta-feira, no Mineirão, às 21h30 (horário de Brasília).
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De acordo com os prazos estipulados na Lei Geral do Esporte, o Cruzeiro necessita iniciar a venda de ingressos até às 21h30 (de Brasília) desta segunda-feira, a fim de atender às exigências legais. O Palmeiras também se pronunciou, manifestando seu repúdio à medida de portões fechados.
O Cruzeiro afirmou que espera que as autoridades consigam alterar a situação, permitindo, ao menos, que os torcedores do clube compareçam. Esse desejo é compartilhado pelo Governo de Minas, que se comprometeu a levar a questão à justiça.
Leia o pronunciamento:
“Sobre os recentes desdobramentos a respeito da situação da presença das torcidas na partida entre Cruzeiro e Palmeiras, nesta quarta-feira, às 21h30, no Mineirão, o Cruzeiro vem a público externar sua profunda insatisfação com a indicação para que o jogo aconteça de portões fechados.
O clube entende que a decisão em questão penaliza injustamente a sua torcida e a instituição, em termos desportivos, pois o compromisso tem importância fundamental na busca por uma vaga na Copa Libertadores, e financeiramente, para além do Cruzeiro, mas também para todos os envolvidos no evento, como fornecedores e trabalhadores.
Há dias, o Cruzeiro busca uma solução para o caso e mantém conversas ativas com o Governo do Estado de Minas Gerais, o Ministério Público, a Polícia Militar, a Confederação Brasileira de Futebol e com a Federação Mineira de Futebol.
O clube confia nos órgãos de segurança pública do Estado para garantir que o evento ocorra com a devida seguridade. Contudo, diante do acontecimento recente, o Cruzeiro se posicionou preocupado, exclusivamente, com a segurança dos torcedores e da população, tanto dentro quanto fora do estádio, mantendo sua forte posição contrária a qualquer ato de violência. Caso não haja essa garantia, o Cruzeiro concebe que a partida conte com a presença de, ao menos, sua torcida.
O clube reforça que o fechamento dos portões, com a ausência da Nação Azul, configura uma penalização indevida, referente a um episódio que não foi motivado por torcedores do Cruzeiro, além de representar um prejuízo para o esporte em sua essência. O clube acompanha ativamente o desenvolvimento desta situação e almeja um desfecho assertivo para o caso”.
Entenda o motivo da decisão da CBF:
Neste domingo, a CBF estabeleceu que o jogo será realizado com portões fechados. Em um comunicado assinado por Júlio Avelar, diretor de competições da CBF, e André Mattos, diretor jurídico, foi informado aos presidentes dos dois clubes e às federações de Minas Gerais e São Paulo que o jogo não terá a presença de torcedores.
A razão é que, em outubro, um ataque de membros de uma torcida organizada do Palmeiras a um ônibus lotado de cruzeirenses resultou na morte de um homem e feriu mais de vinte indivíduos. Devido a esse incidente, o governo de Minas Gerais pediu que o jogo de quarta-feira fosse disputado com apenas uma torcida. A Federação Mineira de Futebol e a CBF receberam o pedido.
No final de outubro, o Ministério Público de Minas Gerais emitiu uma recomendação oficial para proibir a torcida organizada do Palmeiras de assistir a partidas no estado. A FMF declarou que “sempre confirmou e divulgou todas as recomendações em conformidade com as recomendações do Ministério Público.”