A declaração de Fellipe Bastos direcionada ao Vasco

Camisa do Vasco 2024 (Foto: Reprodução/Instagram)

Em carta aberta no site “The Player’s Tribune”, o ex-jogador Fellipe Bastos abriu o coração. Ele falou sobre a carreira como atleta de futebol profissional, os problemas que enfrentou ao longo dos anos e o encontro com o time de coração, o Vasco da Gama. 

Fellipe Bastos jogou pelo Cruz-Maltino em duas oportunidades. A primeira, de 2010 a 2014, conquistou o título da Copa do Brasil e fez parte do elenco que parou na fatídica defesa de Cássio, nas quartas de final da Copa Libertadores da América de 2012. A segunda, de 2019 a 2020, quando o país e o mundo atravessaram pela pandemia da COVID-19. 

No texto publicado no site “The Player’s Tribune”, Fellipe usou o espaço para falar da carreira, dos problemas que enfrentou como atleta e o quão feliz foi por onde passou, principalmente no clube do coração, o Vasco da Gama.

Antes de chegar ao Gigante da Colina, ele narra como se frustrou quando jogou na Europa. Contratado pelo Benfica, de Portugal, ele perdeu espaço na equipe comandada por Quique Flores por um infeliz episódio. Ele era um dos jogadores mais utilizados pelo treinador, mas uma vez, no banco de reservas, o craque argentino Pablo Aimar pediu que ele buscasse uma chuteira no vestiário. Fellipe foi, no entanto, quando voltou estava sem o uniforme e Quique queria lançá-lo ao jogo. 

O ex-volante conta que o esquecimento foi visto como ato de irresponsabilidade e isso encerrou a curta passagem pelo Velho Continente.

“Eu vinha bem até ali, mas esquecer a camisa de jogo no vestiário e não estar pronto quando o treinador precisou… Pô, isso aí foi um tropeço enorme e de certa forma abreviou a minha passagem pelo futebol europeu”, disse.

Ao fim da temporada, ele veio para o Brasil para passar férias, sem perspectivas de melhoras na carreira, mas, então, recebeu uma proposta do Vasco e disse que foi a melhor coisa que aconteceu a ele.

“Só existia um lugar no mundo onde eu poderia me reencontrar, recuperar a minha confiança e a minha vontade de jogar. E esse lugar era São Januário”, disse.

Com a passagem vitoriosa, com a conquista da Copa do Brasil, e amor declarado ao time carioca, ele rodou pelo país e voltou em 2019. No final daquele ano, o vírus da Covid-19 começaria a se alastrar, até que uma pandemia acometeu todo o planeta.

Fellipe Bastos conta como a experiência mudou a vida dele, particularmente. Com o futebol paralisado e o Vasco enfrentando problemas financeiros, os funcionários do clube enfrentaram atraso de salário e consequentemente dificuldades.

Ele conta como fez “o que deve ser feito” ao ajudar a comunidade da Barreira.

“Eu olhava em volta e me sentia aflito. Então resolvi fazer o que deve ser feito. Olha a foto. Levei duas toneladas de alimentos na Barreira. Pros funcionários do Vasco, que são as pessoas que cuidam da gente como se fossem filhos delas, paguei conta, fiz mercado, emprestei cartão de crédito, ajudei como deu. E eu não falo isso pra me vangloriar, não”, finalizou.