Palmeiras pode pagar mais de R$ 9 milhões devido briga de torcida organizada
O Palmeiras está sendo processado no Tribunal de Justiça de São Paulo por quatro familiares de José Victor dos Santos Miranda, torcedor do Cruzeiro que foi morto após uma emboscada na rodovia Fernão Dias, em outubro.
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A Mancha Alviverde, torcida organizada do clube paulista, é apontada como responsável pelo ataque. Os processos, movidos por sua mãe, irmão e duas avós, exigem indenizações por danos morais que, somadas aos honorários advocatícios, ultrapassam R$ 9 milhões.
A ação está sendo conduzida pelo advogado Juliano Pereira Nepomuceno, que argumenta que o Palmeiras falhou em coibir o comportamento violento de sua principal organizada, apesar do histórico de violência da Mancha Alviverde, que já envolveu até mortes. Nepomuceno afirma que o clube se omitiu em suas responsabilidades e não tomou medidas efetivas para prevenir tais episódios de violência.
O Palmeiras, por sua vez, nega qualquer responsabilidade pelo crime, alegando que o incidente ocorreu fora do ambiente do estádio, em um dia sem jogos. O clube, que está rompido com a Mancha Alviverde, destaca que não tem nenhuma relação com a torcida organizada e que existem medidas protetivas contra suas lideranças, algumas das quais estão sendo investigadas pela emboscada.
Além dos processos, a Polícia Civil prendeu dez torcedores do Palmeiras acusados de envolvimento no ataque. Outros dois já estavam detidos, e oito continuam foragidos. Jorge Luiz Sampaio Santos, presidente da Mancha Alviverde, e Felipe Mattos dos Santos, o “Fezinho”, vice-presidente da torcida, são procurados pela polícia.
O ataque, que ocorreu em 27 de outubro, resultou na morte de um torcedor da Máfia Azul e deixou outros 17 feridos. Os agressores usaram pedaços de pau, pedras, barras de ferro e rojões durante o confronto, que, segundo a Polícia Civil, foi motivado por uma vingança contra a Máfia Azul após um conflito em Minas Gerais, em 2022.
Em resposta ao incidente, a Federação Paulista de Futebol suspendeu a Mancha Alviverde de comparecer aos jogos do Palmeiras no estado de São Paulo. A investigação segue em andamento, com a polícia analisando vídeos postados pelos próprios envolvidos, o que ajudou na identificação de vários membros da organizada.
A situação ainda reflete no confronto entre Palmeiras e Cruzeiro, marcado para esta quarta-feira (4), no Mineirão. O poder público sugeriu que a partida ocorresse com torcida única, devido ao risco de novos confrontos entre as torcidas. A CBF, no entanto, decidiu que o jogo será realizado com portões fechados. O Cruzeiro e o governo de Minas Gerais tentam reverter a decisão, enquanto o Palmeiras está em contato com a entidade para garantir que, se os torcedores alviverdes forem proibidos, a partida seja sem público.