A declaração de Mário Bittencourt sobre a SAF do Fluminense

Mário Bittencourt durante coletiva de imprensa no CT Carlos Castilho (Foto: Reprodução/Fluminense)

Mário Bittencourt abre o jogo sobre SAF

O presidente Mário Bittencourt realizou uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira e anunciou uma alteração em sua perspectiva sobre a implementação de uma possível SAF no Fluminense. Anteriormente, ele pretendia manter o clube sob controle do futebol, mas agora demonstrou estar aberto à venda total para um investidor. Além disso, ele não descartou a possibilidade de assumir o cargo de CEO da nova empresa a ser criada.

No ano passado, o Fluminense contratou o banco BTG para conduzir um estudo sobre a viabilidade da SAF. Durante a última reunião, em novembro, Mário indicou sua nova posição sobre o tema.

“Não temos investidor ainda, o banco segue fazendo o assessoramento, mas na última reunião, mandamos que o banco busque investidores, que busque a compra do controle. Vamos pensar no melhor para o Fluminense. Entendemos que tínhamos que abrir o leque. Autorizamos o banco, ao BTG, que busque também investidores que tenham o interesse de comprar o controle. Isso vai ser o melhor para o Fluminense. Vamos priorizar o interesse do Fluminense”.

Bandeira Fluminense

Bittencourt também foi questionado sobre a chance de permanecer no clube como CEO, caso a venda ocorra, mesmo após o término de seu mandato presidencial, previsto para o final de 2025. Essa informação foi inicialmente veiculada pelo jornal O Globo. Segundo ele, o objetivo é liderar o processo de transação.

“Se o investidor achar que eu mereço e tenho condições por estar aqui há 25 anos, pode ser que eu aceite, qual o mal nisso? Como aconteceu no Fortaleza, como aconteceu no Atlético-MG. Importante é a torcida saber que essa decisão não é minha. Me sinto totalmente capaz para ser CEO do Fluminense ou de qualquer outro clube. Faço uma gestão com erros e acertos, mas na minha opinião melhorei muito o clube. Meus interesses pessoais nunca estiveram na frente do Fluminense e não estarão. Se amanhã o investidor comprar e disser que eu não vou ser nada, vou voltar para a arquibancada com as minhas filhas”, disse Mário, que também declarou:

“Eu sempre fui claro, direto, objetivo, de que o BTG não colocará um centavo aqui porque o BTG não será o investidor. Ele será nosso assessor financeiro para buscar um investidor. Quem decidirá pelo CEO do Fluminense, será um investidor. Aliás, do ponto de vista jurídico, mas assusta que as pessoas pensem que eu posso colocar um condicionante. É contrassenso colocar meus interesses pessoais acima do Fluminense. Demos, sim, uma estancada nele no final do ano. Obviamente um descenso faria com que as condições fossem modificadas do ponto de vista financeiro. Tínhamos que salvar o clube”.

O mandatário do Fluminense também elucidou algumas questões acerca da possível venda. do clube. Mário detalhou o procedimento caso o clube consiga um investidor.

“Queria tocar num tema porque tenho certeza que faz parte do debate do último ano. É a questão da SAF. Hoje pela manhã foi publicada uma nota sobre um jornalista importante. Quero falar da nota. Primeiramente, pelo item 4, que fala que a SAF tem que ser aprovada pelo Conselho Deliberativo do clube. Há um equívoco. Quando a gente for colocar o processo de SAF em votação, ele não passa pelo Deliberativo ou Diretor. Obviamente, por questão de transparência, ele é exibido. Mas a votação para se transformar em SAF passa por uma Assembleia Geral, assim como foi nos outros clubes. Quando o time está mal no campo, muitas coisas são inventadas. Quem decidirá se o Fluminense vai virar SAF, não é a diretoria, são os sócios contribuintes”.

“Tem a votação dos sócios do clube, proprietários, contribuintes e sócio futebol, sócio torcedores. É uma votação como se elege um presidente de clube, terá que haver uma eleição. Seguindo ainda pelo processo de transparência, obviamente que no momento em que a gente tiver a operação desenhada, portanto não concluída, que a operação só se conclui depois se os sócios do clube quiserem ou não. Então assim, falando muito em falta de transparência, muito pelo contrário, é um assunto que a gente em todas as coletivas a gente fala sobre ele. E quando a gente tiver uma operação concreta, a gente vai obviamente dar publicidade. Vai ser aberto a todos os sócios do clube. Não será algo feito de maneira rápida, haverá um debate sobre o tema. Daí em diante os sócios do clube decidem se querem ou não”.

No momento, o Fluminense não foi notificado oficialmente sobre qualquer proposta oficial para a venda da SAF. Espera-se que isso aconteça em 2025.