O técnico André Jardine colhe atualmente frutos de aprendizados que adquiriu a partir de frustrações que teve no decorrer da carreira profissional. Quem o vê fazendo história à frente do América (MEX) não imagina certas dificuldades que precisou enfrentar, tampouco os trabalhos que resultaram em insucessos retumbantes. Caso, por exemplo, da breve passagem pelo time principal do São Paulo.
- São Paulo: diretoria toma atitude importante para a chegada de reforços
- São Paulo: a declaração de Hernanes sobre a contratação de Dybala
Após recusar proposta do Botafogo, para suceder Artur Jorge, André Jardine recordou a frustrante passagem que teve pelo São Paulo – clube que dedicou boa parte da carreira. O insucesso, porém, serviu muito mais de aprendizado do que arrependimento ao técnico.
“Nem um pouco [arrependido]. Como que eu negaria um desafio desse tamanho? Sentia que a diretoria apostava muito em mim naquele momento. (…) O caso do São Paulo acabou sendo curto, mas foi um período em que as coisas não saíram como a gente queria. E faz parte do processo, assim como muitos treinadores experientes vão ter momentos em que as coisas não saem. A gente está podendo ver agora o Guardiola passando por um momento que ninguém imaginava que ele iria passar. Isso está sendo até bom, ele está humanizando a profissão e mostrando que todos estão suscetíveis a passar por um período sem conseguir vencer. Muitas vezes, mesmo o treinador fazendo tudo certo, ele não vai ganhar”, e prosseguiu:
“Por isso que para se analisar um trabalho acho que tem que olhar a trajetória, o currículo, os anos para trás e entender o que aquele profissional construiu, se teve mais êxitos ou mais fracassos, para poder realmente chegar a uma conclusão e não fazer um recorte de 10, 15 jogos ou um torneio, porque acaba sendo muito injusta a avaliação, tanto para bem quanto para mal”, disse em entrevista ao GE.
O técnico descreve a passagem pelo São Paulo, àquela altura, como o “passo mais difícil” da carreira e citou outros inúmeros fatores que contribuíram para o fim do ciclo.
“Talvez o São Paulo foi o passo mais difícil, porque foi o primeiro passo da base para profissional. É uma mudança grande, um choque de realidade, de pressão, de tamanho das coisas. Passa a ter uma visibilidade tremenda, uma cobrança tremenda. Ainda estava formando a minha própria comissão técnica”, e concluiu:
“Tudo isso são elementos que dificultam essa transição da base ao profissional. Isso não é pra mim, isso é pra todos. Por isso que muitos não conseguem vencer essa etapa, é uma barreira pesada para os profissionais da categoria de base, mas que eu consegui vencer”, afirmou.
Recusa ao Botafogo
O brasileiro conquistou status de ídolo no América e pesou esse fator na decisão pela permanência no México. Por lá, André Jardine conquistou o tricampeonato nacional e levantou outros troféus como o Campeones Cup, a Supercopa de la liga MX e o Campeão dos Campeões – esses três em 2024.
“Tudo certo, voltando ao trabalho e muito motivado”, declarou Jardine após comunicar Textor sobre sua decisão.
