Em 2024, os gastos do Corinthians com cartões corporativos alcançaram a marca de R$ 8.399.594,42, no período de fevereiro a dezembro, referente às faturas de janeiro a novembro.
O valor final ainda será acrescido da fatura de janeiro de 2025, que se refere a dezembro do mesmo ano. As faturas variaram de R$ 400 mil a R$ 900 mil mensais, com destaque para o mês de maio, com um total de R$ 988.089,11.
Controvérsias nas despesas e no controle dos cartões
Em novembro de 2024, o Conselho de Orientação (Cori) do Corinthians denunciou divergências nos relatórios de gastos enviados pela diretoria. O Cori revelou que a gestão indicou apenas um cartão ativo, enquanto a Gazeta Esportiva identificou ao menos cinco cartões corporativos em uso.
O presidente Augusto Melo se defendeu, afirmando que, embora não utilizasse seu próprio cartão, a responsabilidade pelos gastos com os cartões da diretoria era dele.
Despesas elevadas em bares e restaurantes
Uma das categorias que mais gerou controvérsia foi a de despesas com bares e restaurantes, especialmente nas viagens da equipe. Entre os gastos mais expressivos, destacam-se os valores pagos à rede Coco Bambu, que totalizaram mais de R$ 43 mil.
O clube confirmou que as viagens do time incluem a participação de convidados, mas os custos com alimentação de associados e conselheiros não seriam de sua responsabilidade.
Memphis Depay e gastos no Hotel Fasano
Os cartões corporativos também foram usados para custear despesas relacionadas à chegada de Memphis Depay ao Brasil.
De setembro a outubro, as faturas somaram R$ 453.527,36, com múltiplos pagamentos no mesmo dia, o que gerou questionamentos sobre a natureza dessas despesas. O clube justificou que os valores se referem à hospedagem do jogador e sua equipe.
Faturas com pneus e viagens
Além disso, foram encontrados gastos em lojas automotivas, que totalizaram R$ 8.160,21, e despesas com hospedagens e viagens das delegações em diversas cidades, como Caxias do Sul, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
O clube explicou que o uso dos cartões foi necessário devido a dificuldades financeiras e bloqueios nas contas, justificando o pagamento de viagens e hospedagens essenciais.
Consequências políticas para a gestão de Augusto Melo
O acúmulo de gastos questionáveis e a falta de clareza na prestação de contas levaram à abertura de um processo de impeachment contra o presidente Augusto Melo.
O Conselho de Orientação baseou sua solicitação em dados financeiros apresentados pela administração, e agora o processo segue para a Comissão de Ética do clube, que pode determinar o afastamento do presidente.