Jornalista Léo Batista é velado na sede do Botafogo após falecimento aos 92 anos
O jornalista Léo Batista, ícone do jornalismo esportivo brasileiro, foi velado nesta segunda-feira (20) na sede social do Botafogo, em General Severiano, no Rio de Janeiro. Aberta ao público, a cerimônia reuniu amigos, familiares e admiradores que prestaram as últimas homenagens ao profissional, que atuou por mais de sete décadas no jornalismo. O evento foi encerrado com um minuto de aplausos.
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Léo Batista faleceu no último domingo (19), aos 92 anos, após lutar contra um tumor no pâncreas. Internado desde o dia 6 de janeiro, ele resistiu por 13 dias. Seu último trabalho foi no programa Globo Esporte, em dezembro de 2024, encerrando uma trajetória de mais de 50 anos no Grupo Globo.
Alex Escobar, atual apresentador do Globo Esporte, esteve presente e relembrou as últimas conversas que teve com Léo. “Por volta do meio de novembro, ele falava para mim: ‘Estou sentindo que estou perdendo as minhas forças’. No início eu brincava: ‘O senhor vai morrer nunca’. Com o tempo fui percebendo que ele estava realmente perdendo as forças. Eu tomei a decisão de legitimar. Eu estava percebendo o que ele estava percebendo, nós éramos amigos e nós tivemos duas conversas muito abertas sobre o fim. Ele dizia: ‘Eu não quero descansar’. Eu disse que não é a gente que escolhe. Está chegando sua hora de descansar. A gente se abraçou, foi difícil. Ele ainda trabalhou mais uma semana ou duas, mas mal. Ele já debilitado, dizendo que estava com dificuldade de ir para lá”, revelou Alex.
Mylena Ceribelli, que apresentou programas esportivos ao lado de Léo Batista por quase duas décadas, também se emocionou ao falar do amigo. “Era um menino de 92 anos, porque ele sempre estava tão feliz por apresentar, estar dentro do esporte. Tanto que várias gerações amam o Léo Batista. Qualquer lugar que a gente tivesse, sempre vinham reverenciá-lo. É isso que ele merece, as pessoas nunca esquecerem dele. No enterro do Zagallo, ele falou essa frase que todo mundo está repetindo: ‘Só morre quem não é mais lembrado’. Ele, eu tenho certeza que será sempre lembrado. Porque é uma referência de pessoa e profissional”, destacou.
Renato Ribeiro, diretor de produção de conteúdo esportivo da Globo, ressaltou a habilidade de Léo de se reinventar ao longo de sete décadas de carreira. “A gente aprendia com ele e ele se alimentava disso. Ele nunca negou o novo, soube se atualizar sempre. Quando você achava que o tempo dele tinha passado, ele ressurgia, mudava o jeito de contar história, se reinventava. Esse é a grande inspiração dele. Não negar o novo, receber as novas linguagens e se reinventar a todo instante”, afirmou Renato.
Léo Batista iniciou sua carreira no rádio e foi responsável por coberturas marcantes, como o anúncio do suicídio de Getúlio Vargas em 1954 e a final da Copa do Mundo de 1950. Posteriormente, consolidou-se na televisão, sempre se adaptando às mudanças tecnológicas e de linguagem, inclusive produzindo conteúdos para a internet nos últimos anos.
O legado de Léo Batista é de dedicação e constante evolução, tornando-o uma referência eterna no jornalismo esportivo. Seu trabalho e sua memória continuarão inspirando gerações.