Estádio do Flamengo: diretoria tem nova conversa com a prefeitura

Centro de treinamento do Flamengo (Foto: Reprodução)

Em meio à reestruturação do Flamengo, o tema da construção do novo estádio voltou a ser debatido com força. Sob a presidência de Luiz Eduardo Baptista, a nova gestão do clube já deu sinais claros de que pretende abordar o projeto de forma cautelosa e estratégica. Com isso, uma nova rodada de conversas com a Prefeitura do Rio de Janeiro foi iniciada, além de um novo estudo de viabilidade econômica, que promete mudar os rumos da obra.

Mudança de postura na gestão do estádio

O Flamengo comprou o terreno no Gasômetro por cerca de R$ 170 milhões ainda na gestão de Rodolfo Landim, com planos grandiosos para a construção de um estádio moderno. Porém, a estimativa de inauguração para novembro de 2029, que marcaria o 134º aniversário do clube, pode ser revista. A gestão de Bap, que assumiu a presidência em dezembro, tomou uma postura mais cautelosa, principalmente em relação à viabilidade financeira do projeto.

“A discussão do estádio ficou contaminada no processo eleitoral. Não existe um estudo de viabilidade financeiro-econômica até agora. Ninguém constrói do zero sem um estudo desse, e no Flamengo não é diferente. Esse é o projeto da vida do clube”, afirmou Bap, deixando claro que o clube não pode seguir sem uma análise aprofundada da viabilidade econômica.

O novo estudo de viabilidade e os desafios financeiros

Em janeiro, a diretoria contratou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) para realizar um estudo de viabilidade atualizado. Esse estudo, que foi confirmado pelo jornal Extra e pelo ge, visa entender melhor os aspectos financeiros e operacionais do estádio. Vale destacar que, no projeto anterior, a gestão de Landim estimou um custo de R$ 1,93 bilhão para a construção e uma arrecadação de R$ 1,5 bilhão com naming rights, o que gerou debates sobre a sustentabilidade financeira do projeto.

Sendo assim, a nova administração busca entender com mais profundidade os números para decidir sobre o ritmo de execução da obra, evitando cometer os mesmos erros de outros clubes, como o São Paulo, que priorizou a construção do estádio em detrimento da performance esportiva.

O papel crucial da Prefeitura do Rio

Além disso, o Flamengo precisa lidar com os prazos estabelecidos no edital do leilão, que determinam a apresentação do projeto final até fevereiro de 2026 e a execução da obra até 2029. Porém, a gestão de Bap já começou a negociar com a Prefeitura para prorrogar esses prazos, visto que há questões a serem resolvidas, como a desapropriação de equipamentos no terreno que ainda pertencem à Naturgy, responsável pelo abastecimento de gás na cidade. Essa situação exige transporte dos equipamentos antes que as obras realmente comecem, o que pode gerar custos inesperados.

A Prefeitura do Rio já iniciou conversas com a diretoria do Flamengo sobre o andamento do projeto. “A Prefeitura do Rio já iniciou os debates com a nova diretoria do Flamengo para saber de suas pretensões em relação à construção do estádio do clube”, afirmou o órgão via e-mail.

Cautela e planejamento no futuro do Flamengo

A nova administração deixa claro que, apesar de todo o entusiasmo com o novo estádio, não se comprometerá com o projeto de forma precipitada. Bap enfatizou: “Vamos fazer o estádio, mas não será à custa da performance esportiva, como aconteceu com o São Paulo, ou endividamento brutal, como o que aconteceu com o Corinthians.” O Flamengo, portanto, adotará uma abordagem equilibrada, levando em consideração as finanças do clube e os impactos de cada decisão.

Dessa maneira, a construção do estádio do Flamengo segue como um dos projetos mais esperados e debatidos na história recente do clube. No entanto, a nova gestão tem mostrado que a prioridade será, acima de tudo, a saúde financeira do clube e o desempenho esportivo, alinhando os passos para uma obra que será, sem dúvida, um marco na história do Flamengo.