A declaração de Paulo Nunes direcionada a Matheus Pereira, Arrascaeta e Alan Patrick

Foto: Reprodução
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Ex-jogador e ícone de uma geração repleta de craques, Paulo Nunes destacou sua preocupação com a falta de ousadia no futebol atual, especialmente entre os meias. Segundo ele, poucos jogadores no Brasileirão têm feito jus ao papel de camisa 10, mas três atletas se destacam: Arrascaeta, do Flamengo, Matheus Pereira, do Cruzeiro, e Alan Patrick, do Internacional.

Em entrevista ao podcast Conta e Manda, Paulo Nunes exaltou a postura ofensiva desses jogadores, que costumam buscar o gol em vez de recuar a bola. “Os meias perderam um pouco da coragem. Alguns só voltam a bola para trás. O Arrascaeta não faz isso. O Matheus Pereira não faz isso. O Alan Patrick não faz. Eles dominam com o corpo virado para frente. Os atacantes dependem desses caras. Se todo mundo voltar a bola para trás toda hora, o atacante não pega”, comentou.

Para o ex-atacante, o comportamento atual dos meias prejudica o setor ofensivo das equipes. “Quando a bola chega no atacante, poucos vão para o gol porque eles têm a permissão de voltar a bola para trás”, acrescentou, lamentando a falta de criatividade em campo.

Mudança no perfil dos jogadores
Paulo Nunes também apontou uma mudança de perfil no futebol brasileiro, onde zagueiros, goleiros e laterais têm demonstrado mais coragem do que os próprios meias e pontas. Ele reconhece a importância da saída de bola qualificada, mas questiona se os defensores estão preparados para executar essa função.

“Hoje, o zagueiro, o goleiro e o lateral têm mais coragem de jogar do que os meias. Com essa questão de voltar a bola para o goleiro, o zagueiro acha que tem a capacidade do camisa 10 e do camisa 8. É permitido, é exigido, mas a maioria não tem essa qualidade”, afirmou.

Cautela com a posse de bola na defesa
Por fim, Paulo Nunes alertou para os riscos do excesso de toques próximos à área defensiva, prática comum em times comandados por técnicos como Fernando Diniz. Para ele, o índice de erros nessa abordagem supera os acertos e pode comprometer o desempenho da equipe.

“Quando acontece uma jogada de gol, dizem que é o jogo construtivo da bola bem trabalhada. Mas, se você for analisar, é uma que dá certo e seis que dão errado. E, quando dá errado, você está na sua área. A possibilidade de tomar um gol é de 90%. A de sair certo e fazer um gol é de 20%”, concluiu.

Paulo Nunes acredita que o futebol brasileiro precisa resgatar a coragem e a criatividade, especialmente entre os meias, para que o jogo volte a ter o brilho de outras épocas.