Mesmo notório, é difícil dimensionar o desgaste de Abel Ferreira ou sequer apontar as causas – se está relacionado ao Palmeiras, à falta de reforço, ao futebol brasileiro ou ao geral. De todo modo, na visão da jornalista Ana Thaís Matos, da Globo, trata-se antes de qualquer coisa de um esgotamento natural, causado pelo tempo e pressão.
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“É difícil dimensionar se ele está cansado, se tem desgaste. Vai passar muito pelo elenco, talvez, ele queira algo novo, um fato novo. E acho que se há desgaste é algo normal, ele vai para a quinta temporada dele. O desgaste é meio que natural, o Klopp ficou oito anos no Liverpool e uma hora ele não queria mais. Normal”, analisou a comunicadora durante o Seleção SporTV.
Vale frisar que nem todo desgaste é irreversível. Pode ser que a chegada de um reforço incontestável ou do tão aguardado centroavante o faça recuperar parte do entusiasmo perdido principalmente na última temporada.
“O Abel não tem obrigação de ficar se reinventando toda hora, vai chegar uma hora que ele quer parar. Agora, nenhum clube dá a estrutura que o Palmeiras oferece ao Abel. Falta a cereja no bolo, comandar aquele jogador que faz a diferença. Um grande nome que vai fazer ele se animar para a temporada. O desgaste é normal e nas coletivas fica evidente”, completou Ana.
Vaias da torcida
O clima com a torcida pode estar contribuindo com o esgotamento de Abel, afinal o torcedor tem se mostrado extremamente insatisfeito com a falta de evolução da equipe nos últimos meses. No empate sem gols com o Bragantino, por exemplo, o técnico deixou o campo sob vaias das arquibancadas.
“De certa forma precoce (as vaias). Cada um torce como acha melhor, mas acho que de certa forma é injusto essa forma precoce de vaiar o time”, opinou a jornalista da Globo.
As vaias também não agradaram ao técnico Abel Ferreira, que interpretou o ato como uma repreensão ao próprio clube. Ele, aliás, deixou claro durante a última coletiva que está em seu derradeiro ano no Palmeiras.
“Eu acho que toda vez que fazem isso, vaiam nosso símbolo, vaiam o treinador, vaiam os jogadores, vaiam a diretoria… Estamos falando diretamente do Barros. 11 títulos, quase 400 milhões de euros de vendas. O Palmeiras estava quando eu cheguei, em termos de dívida, uma lástima, não podíamos comprar jogadores”, e completou:
“Em quatro anos, todos juntos, a presidente, os jogadores, o treinador, com o Barros, somos uma das equipes mais prestigiadas internacionalmente e nacionalmente. Por isso é tão difícil negociar com o Palmeiras”, defendeu.
Próximo jogo
O Palmeiras de Abel não vence há dois jogos consecutivos no Brasileirão, vindo de uma derrota e um empate. No próximo domingo, 2, terá a chance de se reencontrar com as vitórias diante do Guarani, às 18h30, pela sexta rodada do Paulistão.
O Verdão ocupa a vice-liderança do Grupo D com oito pontos de 15 disputados – quatro a menos em relação ao líder São Bernardo, com 12.