STJD toma atitude para ajudar o Atlético-MG

Arena MRV, estádio do Atlético-MG (Foto: Reprodução/Atlético)

No dia 10 de novembro de 2024, Flamengo e Atlético- MG se enfrentaram na Arena MRV, no primeiro jogo da final da Copa do Brasil. A partida, no entanto, foi marcada por diversos atos de vandalismo da torcida do Galo, que recebeu punição de seis jogos com portões fechados pelos incidentes.

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), no entanto, diminuiu a pena anterior do Atlético-MG, e a partir de agora, a Arena MRV poderá voltar a ter público, mas com restições. Apenas mulheres, crianças e pessoas com deficiente podem retornar ao estádio.

Se por um lado, houve ‘redução’ na pena pelo retorno parcial de público, por outro, a multa do Atlético-MG foi aumentada. O órgao de fiscalização determinou que o clube deverá pagar R$ 314 mil pelo ocorrido. Na época, a primeira multa foi estipulada em R$ 174 mil.

O caso

A Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) denunciou o Atlético-MG pelos episódios de vandalismo realizados na final da Copa do Brasil, contra o Flamengo. Na época, o STJD pediu a interdição da Arena MRV, casa do Galo, até que as apurações fossem concluídas.

O Flamengo venceu o jogo em questão por 1 a 0, com gol de Gonzalo Plata. Após o tento rubro-negro, torcedores do Atlético-MG atiraram objetivos nos jogadores do Mengo, e o caso foi registrado na súmula da partida.

Além disso, uma bomba também foi jogada no gramado e atingiu um fotógrafo. Nuremberg José Maria quebrou três dedos, rompeu tendões, teve corte no pé e foi submetido à cirurgia.

Ademais, o Flamengo também emitiu uma nota e incluiu outros incidentes como confusões generalizadas, truculência policial, casos de racismo, misoginia, bombas que quase atingiram os jogadores e, entre outros, falta de segurança nos camarotes destinados aos dirigentes e à comissão técnica do Rubro-Negro. Veja nota:

“O Clube de Regatas do Flamengo vem a público, após as lamentáveis cenas de selvageria ocorridas ontem, dia 10.11.2024, dentro e fora das dependências da arena do Clube Atlético Mineiro, manifestar seu absoluto repúdio em face das agressões sofridas pelos torcedores, profissionais envolvidos no espetáculo, jogadores e comissão técnica deste clube.

Infelizmente, o cenário de guerra visto ontem não é uma novidade em jogos realizados em Belo Horizonte, contra a equipe do Atlético Mineiro. A rivalidade entre as equipes, que deveria ficar restrita ao ambiente desportivo, de forma salutar, extrapolou a barreira do razoável, de modo que as autoridades (Ministério Público, Órgãos de Segurança Pública, Superior Tribunal de Justiça Deportiva, Confederação Brasileira de Futebol, dentre outros) precisam e devem tomar medidas urgentes.

O país inteiro foi testemunha das diversas e graves violências praticadas ontem por parte dos torcedores do Atlético Mineiro. Não se pode ignorar ou simplesmente deixar cair no esquecimento, os episódios de violência que ocorreram no domingo. Eles precisam ser tratados com a importância e atenção que merecem.

Os gestores da Arena MRV, juntamente com a diretoria do Clube Atlético Mineiro, tinham a obrigação legal de organizar o evento e assegurar a segurança dos presentes e não se desincumbiram disso. A fiscalização e revista de pessoas foi totalmente falha, permitindo o ingresso de bombas e outros artefatos, que causaram danos e ferimentos a pessoas.

Mesmo a imprensa já tendo elencado os absurdos acontecidos ontem, o Flamengo entende que é de extrema importância relembrar alguns desses acontecimentos:

1. Na entrada da torcida do Flamengo ao estádio houve confusão generalizada, uma vez que o sistema de catracas do setor visitante não comportava a entrada da torcida. A Polícia Mineira agiu com truculência, jogando gás de pimenta nos torcedores, onde estavam idosos, mulheres e crianças.

2. Os bares destinados à torcida do Flamengo pararam de vender bebidas e refrigerantes ainda no primeiro tempo de jogo, sendo que além do calor intenso os torcedores do Flamengo não tinham sequer acesso a água potável, para limpar o rosto em razão do uso constante de gás de pimenta e, ainda, para hidratação.

3. O camarote destinado aos dirigentes e à comissão técnica do Flamengo não contou com a segurança necessária para um evento desta magnitude. Diversos torcedores do Atlético Mineiro ofenderam e ameaçaram os dirigentes, os profissionais do Flamengo e seus respectivos familiares, no trajeto de acesso e saída dos camarotes.

4. Inúmeras bombas foram lançadas dentro de campo, uma delas estourou muito próxima ao goleiro do Flamengo (Rossi), outra quase atingiu o jogador Plata, durante a comemoração do gol e uma terceira, infelizmente, atingiu um repórter que estava trabalhando no jogo (Nuremberg José Maria), o qual não teve, sequer, auxílio da maca em campo, tendo que caminhar com dedos quebrados e um tendão rompido, vindo, inclusive, a ser submetido a uma cirurgia, como amplamente divulgado pela mídia.

5. Durante toda a partida, foram arremessados copos e outros objetos nos jogadores do Flamengo, em campo e no banco de reservas, sem que a segurança da Arena intervisse para conter esses arremessos.

6. Invasão de campo pela torcida do Atlético Mineiro, com o objetivo de agredir fisicamente os jogadores e integrantes da comissão técnica do Flamengo.

7. Durante toda a comemoração e a cerimônia de premiação, os responsáveis pela Arena MRV, de forma deliberada e antidesportiva ligaram, no último volume, o sistema de som do estádio para tocar repetidamente, por quase uma hora, o hino do Clube Atlético Mineiro, em uma atitude desrespeitosa e contrária ao Fair Play.

8. Foram verificados atos de racismo e de misoginia praticados por torcedores do Atlético Mineiro em face da torcida do Flamengo e de mulheres profissionais de imprensa.

9. Destaca-se, ainda, diversos relatos de emboscadas de torcedores do Atlético Mineiro aos ônibus das torcidas do Flamengo, bem como reclamações de jornalistas sobre as condições de trabalho do estádio.

Assim, considerando os fatos acima narrados, bem como a nítida falta de segurança dentro e fora da Arena MRV, esperamos que a Justiça Desportiva, conjuntamente com a CBF, se posicione com firmeza para que sejam punidos todos os responsáveis pelos atos de vandalismo, agressão e selvageria que mancharam a imagem de uma das maiores competições do futebol brasileiro.

SRN”.