Goleiro do Botafogo-SP é sincero ao falar Neymar, do Santos

Neymar volta ao Santos (Foto: GuilhermeKastner / Santos FC)

A reestreia de Neymar pelo Santos, realizada na última quarta-feira (5), começou com um clima festivo que permeou todo o dia. Entretanto, o Botafogo-SP se apresentou como um “penetra” e arruinou a noite dos santistas, conseguindo um empate de 1 a 1 na Vila Belmiro, com o astro sem conseguir marcar.

Um dos principais responsáveis pelo resultado obtido pelo time de Ribeirão Preto foi o goleiro João Carlos, de 36 anos, que teve uma atuação praticamente impecável na Baixada.

Seu momento mais memorável ocorreu em uma das primeiras jogadas de Neymar: o craque recebeu a bola na entrada da área, driblou a defesa e lançou um potente chute com a perna esquerda, que parecia destinado ao gol. No entanto, João Carlos se lançou e conseguiu realizar a defesa em dois tempos, garantindo a segurança da equipe.

Em entrevista à ESPN, o goleiro mencionou que estava totalmente concentrado na partida e destacou que não queria levar gols nem de Neymar nem de qualquer outro jogador santista.

“Eu, como goleiro, independentemente de quem está no gramado, de quem mandou o chute, de quem vai entrar… Na hora a gente não pensa isso, a gente só pensa em defender e estar focado em ajudar o time”, disse o veterano.

“Então, na minha cabeça, naquele momento, não pensei se era o Neymar chutando, se era o Guilherme chutando, se era o Solteldo, ou o Tiquinho… Eu simplesmente estava concentrado, focado na partida, para poder fazer o meu melhor”, acrescentou.

Questionado sobre as diversas entradas violentas dos jogadores do Botafogo no jogador número 10 do Santos, João Carlos destacou que não houve qualquer ato de violência intencional por parte dos tricolores.

Ainda de acordo com o goleiro, a notável habilidade de Neymar torna sua marcação extremamente complexa, levando a chegadas tardias dos adversários.

O atleta do Botafogo também comentou sobre o comentário do atacante, que afirmou que os adversários quase cortaram seu tornozelo durante o jogo.

“Essa questão do tornozelo é interessante porque até em alguns momentos pode ter parecido que o Neymar teria sido ‘caçado’ pela gente, alguma coisa assim, mas não teve nada disso”, salientou.

“O que aconteceu é que, individualmente, ele é muito bom, tem muito recurso, é muito habilidoso, e o nosso time, na intenção de marcar, às vezes não conseguia chegar a tempo, chegava um pouquinho atrasado. Com isso, acabou acabou fazendo mais faltas nele”, argumentou.

“Mas isso é mais pela pela habilidade do Neymar, que é acima da média, do que pela característica do nosso time. Na minha opinião, nossa marcação firme não caracterizou violência. Foi um jogo forte e tal, mas muito pela pela habilidade do Neymar, porque é sempre uma preocupação dos jogadores ter um atleta desse nível na frente”, justificou.

O jogo de quarta-feira passada também foi caracterizado por um episódio curioso: após o apito final, os atletas do Botafogo-SP formaram uma fila para posar com Neymar no campo da Vila Belmiro.

Com vasta experiência no universo do futebol, João Carlos considerou o momento descontraído como uma coisa comum no esporte, devido à referência que é o craque do Santos entre os jogadores. Contudo, o goleiro não conseguiu tirar uma foto com o jogador de número 10.

“Não conversei com o Neymar em campo, nem antes, nem depois, não tive a oportunidade de falar com ele. Acabei não tirando uma foto. Ele foi um cara muito requisitado também na partida, né?”, brincou.

“A cena deles tirando foto em campo acho normal, acho que é uma atitude normal, porque o Neymar é referência pra todos como atleta, como um jogador, um atleta de nível mundial, um dos melhores do mundo”, explicou

“Ele provou mais uma vez isso, mesmo com pouco ritmo de jogo, colocou muita intensidade no jogo. É um cara fora da curva, mesmo, é um ídolo pra quem atua no futebol, é um ídolo de todos. Portanto, eu vejo como normal”, repetiu.

Quando questionado sobre a comemoração organizada pelo Santos e pela torcida do Botafogo na Vila antes do jogo, João Carlos garantiu que a equipe já estava preparada para os desafios do jogo contra o seu Neymar.

O goleiro, inclusive, afirmou que a equipe do interior de São Paulo sentiu-se honrada em fazer parte de um momento tão significativo na recente história do futebol brasileiro.

“O clima de festa foi bacana, era uma oportunidade legal de você participar de uma festa dessa. A atmosfera estava boa, mas a cabeça dos atletas e da comissão técnica do time do Botafogo estava focada em fazer um bom jogo e conseguir pontuar, até quem sabe sair com a vitória”, observou.

“A festa foi deles, foi importante a gente ter participado, foi muito bom, nós nos sentimos honrados, mas não foi isso que ajudou o Botafogo a conquistar o empate. Não houve motivação extra, porque já há a enorme motivação de jogar contra o Santos”, exaltou.

“Aqui, existe sempre a mesma motivação de jogar. No próximo jogo, contra o Velo Clube, também vai ser a mesma. Nós temos que tentar fazer o nosso melhor sempre, mas foi importante o que fizemos na Vila Belmiro”, acrescentou.

“Foi muito satisfatório poder participar também dessa festa, desse momento importante para o futebol brasileiro, que representa muito, e foi um privilégio também poder estar participando, mesmo no time adversário, estar participando desse retorno emblemático do Neymar”, complementou.