O cenário no Paris Saint-Germain (PSG) atravessa um momento delicado. O fundo soberano de investimentos do Catar, proprietário do clube desde 2011, decidiu começar a reduzir seus fluxos financeiros para a França, o que inclui o PSG. Essa medida foi tomada devido à crescente insatisfação dos investidores do Catar com o tratamento que têm recebido por parte da imprensa francesa, do sistema judiciário e da classe política local. Mas o que isso significa para o futuro do clube?
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A pressão sobre Al Khelaïfi
O ponto de inflexão para essa mudança de postura foi uma investigação judicial envolvendo Nasser Al Khelaïfi, presidente do PSG. O dirigente é suspeito de abuso de poder relacionado à sua atuação no fundo soberano do Catar. A investigação apura uma possível compra de votos no conselho de administração do grupo de mídia Lagardère, o que, embora não tenha relação direta com o futebol, coloca uma pressão indesejada sobre o mandatário do PSG.
Além disso, essa situação causou grande repercussão na imprensa francesa, que intensificou as críticas a Al Khelaïfi. Isso porque, para os cataris, os investimentos no PSG e na emissora BEIN Sports não têm sido reconhecidos de maneira justa. Sendo assim, o governo do Catar considera rever seus investimentos na França, o que inclui uma possível reavaliação do futuro do PSG.
⚠️ Donos do Catar se irritam e decidem diminuir investimentos na França, incluindo o PSG.
— Planeta do Futebol 🌎 (@futebol_info) February 14, 2025
O fundo soberano de investimentos do Catar, que tem patrimônio de 500 bilhões de euros (R$ 3 trilhões), e o grupo QSI (Qatar Sports Investments), que controla o PSG, já iniciaram a redução… pic.twitter.com/5ZRaZSoHig
A insatisfação do governo do Catar pode dar fim a Era de Grandes Investimentos
Vale destacar que o descontentamento dos investidores do Catar vai além do caso envolvendo Al Khelaïfi. O país sente-se alvo constante de críticas e acusações, sendo retratado de maneira distorcida nos meios políticos e midiáticos franceses. A RMC Sport publicou uma declaração que sintetiza esse descontentamento:
“Os qataris estão fartos de todo esse abuso. Falsas exigências, chantagem, críticas diárias, culpar a incompetência total dos outros, todos os problemas da França são culpa deles, toda vez que tentam ajudar é aparentemente por causa do ‘soft power’… é puro abuso e todos estão fartos”, diz a matéria.
Com isso, a relação entre o Catar e a França, especialmente no setor político e midiático, parece estar em seu ponto mais tenso. Portanto, não é difícil imaginar que essa insatisfação leve a decisões drásticas em relação ao PSG e outros investimentos esportivos no país.
A política de contratações do PSG pode ser afetada
Dessa maneira, se o Catar optar por reduzir ou até encerrar seus investimentos na França, o PSG enfrentará sérias consequências. Desde que foi adquirido em 2011, o clube parisiense recebeu bilhões de euros, o que permitiu sua ascensão ao topo do futebol europeu. A política de contratações do clube, que sempre teve apoio financeiro robusto, pode ser drasticamente afetada, afetando sua capacidade de competir com outros gigantes do futebol mundial.
Cabe ressaltar que essa decisão não será tomada de forma imediata, mas a investigação e o desgaste das relações entre o Catar e a França podem acelerar essa mudança de estratégia. O futuro do PSG dependerá, portanto, das próximas ações do governo catariano.
