Fortaleza: a declaração de Marinho sobre o gramado artificial

O jogador Marinho - Foto: Mateus Lotif / Fortaleza

Marinho critica gramado sintético e reforça apoio a campanha de jogadores contra a superfície

O atacante Marinho, do Fortaleza, se posicionou contra o uso do gramado sintético nos estádios brasileiros. Durante entrevista coletiva à ESPN, o jogador afirmou que quem decide pela implementação desse tipo de superfície não considera a opinião dos atletas. Segundo ele, a adaptação a esse tipo de campo favorece apenas a equipe mandante, criando uma vantagem semelhante à que times da altitude possuem em competições continentais.

“Quem decide isso de querer gramado sintético é quem nunca jogou bola. Eu vejo muita vantagem para uma equipe que tem gramado sintético, porque é a mesma coisa que jogar na altitude. The Strongest joga lá no estádio deles, ganha de quase todo mundo. Quando sai fora, é outra equipe”, afirmou Marinho.

O atacante também mencionou os impactos físicos do gramado sintético nos jogadores. Segundo ele, o desgaste é maior, causando dores e aumentando o risco de lesões a longo prazo. “Você acaba um jogo, tá fazendo gelo no joelho, sente a posterior, dói tudo. Não é que o cara é velho, é que começa a sentir mesmo. Quem joga muito tempo nos clubes que têm sintético começa a reclamar. Se passar três, quatro anos jogando numa equipe de sintético, no sexto ano eles aposentam”, disse.

Atualmente, estádios como Allianz Parque, Ligga Arena, Nilton Santos, Arena MRV e o reformado Pacaembu utilizam grama sintética. A discussão sobre o tema ganhou força nesta semana, quando jogadores como Neymar, Memphis Depay e Lucas Moura lançaram uma campanha contra a utilização dessa superfície no futebol brasileiro.

Marinho destacou que, além do impacto físico, o gramado sintético altera a dinâmica do jogo. “Imagina você jogando bola aqui. Isso aqui é um tapete. Um campo sintético é praticamente isso, é esse piso aqui com tapete por cima”, comparou o atacante.

O jogador do Fortaleza ainda criticou a falta de participação dos atletas na decisão de troca do gramado. “As pessoas que colocam o sintético são pessoas que tão no computador, mexendo no ar-condicionado. Não estão preocupadas com quem joga. Os atletas tão 100% de que jogar em grama natural é muito melhor, é onde o futebol flui”, concluiu Marinho.