Neymar, Gabigol, Coutinho, Gerson, Vegetti, Thiago Silva, Cássio, Lucas Moura, Alan Patrick: emitem nota oficial

Neymar volta ao Santos (Foto: GuilhermeKastner / Santos FC)

Um grupo de jogadores de destaque do futebol brasileiro se uniu em uma campanha contra o uso de gramados sintéticos nos estádios do país. A manifestação ganhou força com postagens nas redes sociais, onde atletas como Neymar, Gabigol, Philippe Coutinho, Gerson, Vegetti, Thiago Silva, Cássio, Lucas Moura e Alan Patrick divulgaram uma nota oficial expressando insatisfação com a atual situação dos campos artificiais.

A discussão sobre gramados sintéticos não é recente, mas ganhou destaque às vésperas do conselho técnico da Série A do Campeonato Brasileiro. Nesse encontro, os clubes definem pontos importantes do regulamento da competição, e o uso de campos artificiais está entre os temas em debate.

Manifesto dos jogadores

Na nota divulgada pelos jogadores, a mensagem é clara: “Futebol profissional não se joga em gramado sintético”. Os atletas argumentam que o Brasil, como um dos principais mercados do futebol mundial, deveria priorizar a qualidade dos campos naturais, assim como ocorre em ligas internacionais de maior expressão.

Outro ponto abordado na nota é a falta de consulta aos jogadores sobre o tema. Os atletas criticam a decisão de permitir campos sintéticos sem levar em conta a opinião de quem atua diretamente nos gramados.

“Nas ligas mais respeitadas do mundo, os jogadores são ouvidos e investimentos são feitos para assegurar a qualidade do gramado nos estádios”, destaca o comunicado.

Regulamentação e histórico do debate

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) permite o uso de gramados sintéticos em seus torneios. Atualmente, Palmeiras, Botafogo e Atlético-MG possuem ou estão em fase de instalação desse tipo de piso. Em 2017, uma proposta para proibição dos gramados artificiais chegou a ser aprovada no conselho técnico, mas foi revertida no ano seguinte.

Em 2024, foi estabelecido que equipes visitantes poderiam realizar um treino no campo sintético um dia antes da partida, medida vista como um meio-termo entre os defensores e os críticos do modelo artificial.

Argumentos a favor e contra

Os clubes que utilizam gramado sintético defendem sua escolha, argumentando que a manutenção da grama natural em algumas regiões é difícil e onerosa. Além disso, ressaltam que esses campos possuem certificação da FIFA e permitem melhor aproveitamento dos estádios para eventos e shows.

Por outro lado, a Federação Nacional dos Atletas de Futebol (Fenapaf) se posiciona contra o gramado sintético, alegando que ele apresenta mais riscos físicos aos jogadores e pode afetar a dinâmica das partidas. O debate segue aberto, e a campanha dos jogadores busca ampliar a discussão sobre o tema.

Confira a nota oficial na íntegra

Preocupante ver o rumo que o futebol brasileiro está tomando. É um absurdo a gente ter que discutir gramado sintético em nossos campos.

Objetivamente, com tamanho e representatividade que tem o nosso futebol, isso não deveria nem ser uma opção. A solução para um gramado ruim é fazer um gramado bom, simples assim.

Nas ligas mais respeitadas do mundo os jogadores são ouvidos e investimentos são feitos para assegurar a qualidade do gramado nos estádios. Trata-se de oferecer qualidade para quem joga e assiste.

Se o Brasil deseja definitivamente estar inserido como protagonista no mercado do futebol mundial, a primeira medida deveria ser exigir qualidade do piso que os atletas jogam e treinam.

FUTEBOL PROFISSIONAL NÃO SE JOGA EM GRAMADO SINTÉTICO!