O técnico Cuca, atualmente no comando do Atlético-MG, levantou uma discussão sobre o planejamento da Seleção Brasileira visando as próximas edições da Copa do Mundo. Em entrevista recente, ele destacou a necessidade de um pensamento estratégico mais amplo, inspirado em seleções que conquistaram o torneio nos últimos anos.
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De acordo com o treinador, a Alemanha e a Espanha servem como exemplos de sucesso ao adotarem processos de renovação que resultaram em títulos mundiais. Para ele, essas seleções abriram mão de um ciclo competitivo para consolidar um time mais forte na edição seguinte. O questionamento levantado por Cuca é se o Brasil teria coragem de seguir essa abordagem.
A sugestão ousada de Cuca
Cuca propõe que a Seleção Brasileira priorize a formação de jovens jogadores na próxima Copa do Mundo, mesmo que isso implique em um desempenho menos expressivo na competição. Ele defende que essa estratégia pode resultar em uma equipe mais preparada e madura no torneio seguinte.
“Se você pegar a Alemanha, por que ela foi campeã? Se você pegar a Espanha, por que ela foi campeã? Veja o trabalho que foi feito antes de elas serem campeãs. Elas abriram mão de uma Copa para ganharem a outra. O Brasil teria coragem de abrir mão dessa Copa para ganhar a próxima? Mas o que é abrir mão da Copa? É pôr os jovens pra jogar essa Copa”, afirmou o técnico.
O desafio do imediatismo no futebol brasileiro
Para Cuca, um dos maiores entraves para essa mudança de postura é o imediatismo presente no futebol brasileiro. O treinador acredita que a pressão por resultados pode impedir que um planejamento a longo prazo seja mantido. Ele questiona se a CBF daria respaldo a um treinador que seguisse esse caminho, mesmo que a seleção não tivesse um bom desempenho na Copa do Mundo.
“Mesmo que não ganhe, mesmo que não vá à final. Você já pensou nesses jovens na outra Copa? Mas se não tiver essa coragem, eles vão deixar o treinador ficar para outra Copa se ele não ganhar? Então entenda, são processos que têm que existir, são riscos que têm que correr, e se não tiver esse pensamento, essa cabeça, dificilmente vai ganhar”, ponderou o técnico.
A necessidade de paciência na renovação
Cuca também ressaltou a importância do suporte aos profissionais da CBF responsáveis pela renovação da Seleção. Segundo ele, a falta de paciência da torcida e da imprensa pode atrapalhar a consolidação de um time competitivo para o futuro.
“Agora o Brasil tem que pensar no futuro, tem que ter paciência com o pessoal que está trabalhando lá na CBF. Tem que dar a eles o direito de fazerem isso. Deles colocarem agora toda essa gurizada para jogar, e jogar sem o peso de ter que ser campeão, porque daí eles vão render”, concluiu o treinador.
