Vídeo game: EA FC (antigo FIFA) poderá ter times do Brasileirão

Taça da Copa Libertadores da América (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)

O Campeonato Brasileiro da Série A pode finalmente retornar ao universo do EA FC, sucessor da franquia FIFA, desenvolvido pela Electronic Arts. Embora parte dos clubes brasileiros já esteja presente no jogo, os atletas aparecem apenas como personagens genéricos.

Nesse sentido, os novos blocos econômicos responsáveis pela cessão de direitos de transmissão e divulgação dos times devem retomar o debate sobre a volta da representação oficial. Entre eles está a Liga Forte União (LFU), que reúne 11 participantes da primeira divisão nacional atualmente.

Conforme apuração do ‘Diário do Nordeste’, o tema entrou em pauta para análise interna nos próximos meses. Marcelo Paz, presidente da LFU e CEO do Fortaleza, destacou que a exploração das marcas no EA FC é estratégica para valorizar o futebol brasileiro globalmente.

Além disso, o uso de jogadores famosos pode atrair novos públicos estrangeiros. O Fortaleza, por exemplo, reforçou seu elenco com a contratação do zagueiro David Luiz, um nome reconhecido internacionalmente.

A última vez que o Brasil contou com uma representação fiel dos jogadores no game foi em 2019. Desde então, outras ligas foram incorporadas à franquia, enquanto o país ficou de fora. Por outro lado, a Konami fechou um acordo com o eFootball, principal rival do EA FC. Para 2026, no entanto, as negociações ainda estão indefinidas, abrindo espaço para novos acordos.

Atualmente, a LFU reúne 11 clubes da Série A: Botafogo, Ceará, Corinthians, Cruzeiro, Fluminense, Fortaleza, Internacional, Juventude, Mirassol, Sport e Vasco.

Já os demais times integram a Libra, outro bloco econômico formado por Atlético-MG, Bahia, Flamengo, Grêmio, Palmeiras, Red Bull Bragantino, Santos, São Paulo e Vitória-BA. No EA FC 25, última edição lançada, a franquia apresenta 33 ligas masculinas autênticas e cinco competições femininas, totalizando 700 clubes oficiais.

Arrascaeta durante jogo entre Flamengo e Palmeiras, pelo Brasileirão, no Maracanã (Foto: Divulgação/Flamengo)

Por que o Brasil enfrenta dificuldades na negociação?

No Brasil, a Lei Pelé, em vigor desde 1998, estabelece que todo jogador profissional tenha um contrato civil permitindo a exploração comercial de sua imagem. Em tentativas anteriores, a EA negociou diretamente com os clubes, mas muitos atletas não receberam repasses financeiros, resultando em processos judiciais por “uso indevido de imagem”.

Diante disso, a Konami optou por um modelo diferente, fechando parceria com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para incluir as Séries A e B de forma mais vantajosa financeiramente.

No exterior, o processo de licenciamento simplifica as negociações. Enquanto no Brasil é necessário um acordo individual com cada jogador, em outros países a EA negocia diretamente com as ligas.

Dessa forma, competições como Premier League, La Liga e Bundesliga são adquiridas em pacotes completos, com times e jogadores reais. Acordos específicos acontecem apenas com “atletas especiais”, como Vini Júnior e Ronaldinho Gaúcho, que também atuam como embaixadores do game.

O mesmo modelo é aplicado com a Conmebol, responsável pela cessão da Libertadores e da Copa Sul-Americana. Assim, os times brasileiros classificados para essas competições aparecem no jogo, mas continuam sem seus atletas reais.