A declaração de Lucas Moura após o jogo do São Paulo

Lucas Moura vibra após marcar um gol pelo São Paulo no estádio do Morumbi (Foto: Paulo Pinto/São Paulo)

O São Paulo entrou em campo na quarta-feira (19 de fevereiro) para enfrentar a Ponte Preta, no Morumbis, pelo Campeonato Paulista. Apesar de sair na frente do placar com um gol de Calleri, o Tricolor sofreu a virada e foi derrotado por 2 a 1. Com o resultado, a equipe segue na liderança do Grupo C, mas perdeu a chance de garantir antecipadamente o mando de campo nas quartas de final.

A derrota também teve impacto na tabela do Grupo D, pois a vitória da Ponte Preta complicou a situação do Palmeiras, que agora está mais distante da classificação. O revés marcou o fim de um longo tabu: desde 2013, o São Paulo não era derrotado pela equipe campineira dentro de casa.

Lucas Moura e a polêmica do gramado sintético

Após a partida, o meia-atacante Lucas Moura aproveitou o momento para reforçar sua posição contrária ao uso de gramados sintéticos no futebol brasileiro. O jogador é uma das vozes ativas na campanha promovida por diversos atletas contra esse tipo de piso.

“A nossa briga é por gramado natural bom. Muitos jogadores aderiram à campanha, porque é muito claro, eu nunca vi um jogador a favor de gramado sintético. Vi muita gente falando ‘é melhor jogar no sintético do que no gramado natural ruim’. Mas o ponto é esse, gente. A gente não pode tapar o sol com a peneira. Não é porque o gramado é ruim que tem que colocar sintético. Se o copo da sua casa quebrar, você não vai comprar um copo de plástico para repor, você vai comprar um copo bom, você não vai remendar o copo. Gramado ruim se resolve com gramado de qualidade”, disse.

O movimento contra os gramados artificiais

A campanha contra os gramados sintéticos ganhou força nas últimas semanas, com diversos jogadores de renome, como Neymar, Gabigol, Gerson e Philippe Coutinho, manifestando-se contrários à sua utilização. No Brasil, quatro estádios utilizam esse tipo de gramado: Allianz Parque (Palmeiras), Arena da Baixada (Athletico-PR), Nilton Santos (Botafogo) e Arena MRV (Atlético-MG). Além disso, estádios como a Neo Química Arena e o Maracanã contam com superfícies híbridas, que misturam grama natural e sintética.

Os jogadores defendem que, ao invés de adotar gramados sintéticos, os clubes deveriam investir em manutenção de gramados naturais de qualidade. Lucas Moura ressaltou que prefere evitar ao máximo jogar em campos sintéticos.

“Eu jogo no sintético, mas evito ao máximo. É óbvio que é clássico, jogo decisivo, eu tenho contrato, tenho que lutar pelo meu clube, mas se eu puder, eu prefiro não jogar. Todo mundo que joga futebol sabe da diferença. Vi muita gente falando que é frescura. Não é. Não é à toa que as maiores ligas do mundo não usam. Pelo tamanho do nosso futebol, a gente não pode permitir grama sintética. Eu espero que esse movimento faça diferença. Senão, daqui a pouco todos os gramados serão sintéticos, e onde a gente vai parar? Se a gente quer ser referência, com a qualidade que a gente tem, a gente não pode permitir que o sintético vire normal no nosso futebol, principalmente na Série A”, completou.