Sensibilizado pela luta do volante Zé Welison, após a denúncia do crime de injúria racial sofrido por seu filho no colégio, o Fortaleza abraçou a causa e realizou a campanha “Ninguém nasce racista” no pré-jogo contra o Vitória, na noite da última quarta-feira, 19, em partida válida pela 4ª rodada da Copa do Nordeste.
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“A luta contra o racismo é uma questão fundamental para qualquer clube de futebol, não apenas por uma questão de justiça social, mas também por uma questão de responsabilidade institucional. Não só eu, mas toda a diretoria, funcionários e elenco apoiamos nosso atleta, qualquer outro cidadão ao combater esse crime”, manifestou Marcelo Paz, CEO do Fortaleza EC SAF.
A camisa estampada com o protesto “Ninguém nasce racista” foi usada por Zé Welison desde à escalação do time nas redes sociais à chegada na Arena Castelão. O volante também foi a campo com a peça na subida dos times ao gramado.
“A campanha alerta que a luta contra o racismo deve ser um ato de vigília constante, e de que tanto Clube como ninguém da sociedade pode fechar os olhos para esse crime. Fortaleza sempre foi precursor em campanhas sociais, pois acreditamos que nossa comunicação consegue alcançar um público muito além do futebol”, explicou Marcel Pinheiro, Diretor de Comunicação e Marketing do Fortaleza.
O Fortaleza abriu vantagem no clássico, com gol de Lucero aos 40 minutos, mas sofreu a virada do Vitória aos 79′ dos pés de Gabriel Baralhas. Gustavo Mosquito empatou o confronto logo no início da etapa final, aos 53′.
Zé Welison denuncia racismo
O volante usou seu perfil pessoal nas redes sociais para relatar o caso de racismo sofrido por seu filho, Levi, no colégio. De acordo com o relato, o episódio da última terça-feira, 18, não foi um caso isolado.
“Hoje Levi, meu filho, sofreu mais um episódio de racismo no colégio. Precisamos ensinar a nossas crianças sobre o respeito e a conviver com as diferenças. Não somos iguais, todos temos nossas particularidades. Além disso, o racismo é crime”, escreveu.
Welison retornou às redes sociais após a repercussão do caso para agradecer o carinho e reiterar seu compromisso na luta antirracista. “Seguirei firme, o silêncio nunca foi e nunca será uma opção. O racismo fere, afeta sua saúde mental e deixa marcas para toda a vida. Nenhuma criança merece carregar essa dor, ninguém merece passar por isso. Como pai, meu coração dói, mas como homem, sigo firme na luta”.