A declaração de Pedro Caixinha sobre o gramado artificial

Pedro Caixinha, técnico do Santos (Foto: Divulgação/Santos)

Em um momento decisivo para o futebol brasileiro, Pedro Caixinha, técnico do Santos, se posicionou ao lado de outros grandes nomes do esporte contra o uso de gramados sintéticos nos campos da Série A. O debate ganha força com a aproximação do Conselho Técnico da competição, onde será discutido o regulamento do Brasileirão. Para o português, o gramado artificial não é adequado para o futebol de alto rendimento, o que gerou a reflexão de muitos atletas e especialistas.

A opinião de Caixinha e a preocupação de jogadores

Caixinha, com experiência internacional, destacou que, na Europa, a UEFA proíbe o uso de gramado sintético em jogos de alto nível. “Na Europa, a UEFA proíbe essa superfície. Só em centro de formação para que os jovens tenham qualidade ao nível do processo de treino. Teve uma proliferação grande. O gramado evoluiu, mas não serão capazes de substituir uma superfície natural. Sei que o Brasil tem um clima diferente, mas já estive pelo mundo em zonas chuvosas, de muito frio, de muito calor, de muita umidade. As superfícies de gramado natural, em quase todas, eram fantásticas”, afirmou Caixinha em coletiva após a vitória sobre o Noroeste.

Vale destacar que a discussão sobre o tema também ganhou força com declarações de grandes jogadores, como Neymar, Coutinho, Gabigol, Thiago Silva, e Alan Kardec, que se uniram em um manifesto nas redes sociais, afirmando que “futebol profissional não se joga em gramado sintético”. Para Neymar, é “um absurdo” o Brasil discutir esse tipo de superfície, especialmente considerando a importância do país no cenário futebolístico mundial.

A ideia de utilizar o gramado sintético para eventos e outras atividades também foi levantada, mas Caixinha reforça que o futebol de alto rendimento exige condições especiais. “Não vejo futebol de alto rendimento ser jogado em superfície sintética da mesma forma que natural. Se não, a Champions League permitiria. A Copa do Mundo permitiria”, comentou o técnico, explicando que o futebol de alto nível não pode abrir mão da qualidade que um gramado natural oferece.

Além disso, a implantação de gramado sintético em novas arenas vem sendo vista com preocupação, já que, apesar de ser mais versátil para eventos, a qualidade do jogo e a saúde dos jogadores podem ser comprometidas. No caso do Santos, o clube preferiu manter seus jogos na Vila Belmiro após uma possível mudança para o Allianz Parque, justamente por precaução com Neymar, que ainda se recupera de uma lesão.

O futuro do gramado sintético no futebol brasileiro

Cabe ressaltar que, mesmo com as críticas, a instalação de gramado sintético tem avançado em algumas arenas, especialmente por sua facilidade em ser utilizado em eventos além do futebol. No entanto, a resistência de jogadores e técnicos é forte, e a mobilização deve continuar nas próximas semanas. Sendo assim, a discussão promete ser um dos pontos altos no Conselho Técnico da Série A, onde as definições para o Brasileirão podem moldar o futuro das superfícies nos campos de futebol.