A decisão do Vasco da Gama por um campo neutro na ida da semifinal contra o Flamengo semeou um debate infindo entre “certo e errado” e “exagero ou necessário”. Dentro das ponderações do comentarista Eric Faria, dos canais Globo, o Cruz-Maltino teve lucidez no planejamento e foi correto em busca o remanejamento do clássico.
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O clássico de ida da semifinal do Carioca acontece neste sábado, 1º de março, às 17h45, no Nilton Santos. O Vasco optou por não acatar a determinação da Ferj (Federação de Futebol do Rio de Janeiro) em mandar a partida no Maracanã e tentou São Januário antes de indicar o estádio do Botafogo à entidade.
Eric Faria deu razão à analise vascaína de um ‘possível favorecimento’ ao Flamengo caso o clássico ocorresse no Maracanã, visto que o arquirrival está habituado a disputar jogos no estádio.
“O Flamengo joga 100% dos seus jogos quando tem o mando de campo no Maracanã. O Vasco joga no Maracanã muito eventualmente, duas vezes por ano, três vezes por ano. “Mas o Vasco quer jogar contra o Atlético Mineiro, contra o Inter no Maracanã!” Beleza, o Atlético e o Inter não estão acostumados a jogar no Maracanã como o Flamengo está. No aspecto técnico, o Vasco fez certo, tira o Flamengo da zona de conforto dele”, ponderou.
Posicionamento infantil
Em contrapartida, Eric Faria não poupou críticas ao posicionamento do Flamengo – por intermédio de Dekko Roisman, diretor de relações institucionais do clube. O dirigente fez menção ao posicionamento de Coutinho na campanha contra a grama sintética, no sentido de apontar ‘certa hipocrisia’ visto que o Nilton Santos não possui gramado natural ou hibrido.
“O argumento do Dekko Roisman, o diretor de relações institucionais do Flamengo, para mim beira o infantil. Essa história de usar o exemplo do Coutinho… O Coutinho é um indivíduo numa instituição que é o Vasco. O Vasco quer jogar no Nilton Santos, independentemente do Coutinho não querer, não gostar, ponto. Um jogador não gosta, mas o clube quer”, acrescentou.
Decisão do Vasco da Gama
A oposição ao Maracanã decorre de uma luta por interesses e busca pela autonomia para exercer seu poder de mandante. Segundo o diretor executivo Marcelo Sant’Ana, o Vasco deseja usar o Estádio Mário Filho sempre que for do seu desejo e não só a partir de uma imposição da Federação – em alusão à disputa recente do Cruz-Maltino com a dupla Fla-Flu, detentoras do consórcio local.
“O Vasco joga em qualquer estádio, não temos objeção. Se fosse pelo nosso desejo jogaríamos em São Januário. O Vasco gostaria de utilizar o Maracanã sempre que é do nosso desejo, não só quando é uma vontade coletiva, como seria agora. Nos últimos anos o Vasco tentou jogar no Maracanã, mas não teve sucesso mesmo que seja um estádio com tradição muito grande. O Vasco não pode ser mandante e não poder explorar camarotes, bares e estacionamento, que são receitas significativas”, explicou o dirigente.
Capacidade máxima
O Batalhão Especializado de Policiamento em Estádios (Bepe) reconsiderou a solicitação de fechamento dos setores Norte e Sul do Nilton Santos, por questões de segurança, em reunião junto à Ferj e outros órgãos nesta quarta-feira, 26. A interdição dos espaços representaria uma redução de oito mil cadeiras na capacidade total para o duelo.
Com os setores destinados às organizadas, atrás do gol, novamente liberados, Vasco deverá comercializar a carga máxima de ingressos. Ou seja, 40 mil bilhetes.
“A Assessoria de Imprensa da SEPM informa que o Batalhão Especializado de Policiamento em Estádios (BEPE) concordou com o pleito solicitado pelo Clube de Regatas Vasco da Gama e empregará a segurança necessária para a utilização dos setores Norte e Sul do Estádio do Engenhão“.