Botafogo possui divida estratosférica com Walter Salles, diretor do filme Ainda Estou Aqui

Escudo do Botafogo (Foto: Reprodução/Botafogo)

Dos diretores mais simbólicos do cinema brasileiro, Walter Salles teve todo seu mérito reconhecido na noite do último domingo, 2, ao vencer o primeiro Oscar da história do Brasil, com o filme ‘Ainda Estou Aqui’. O feito é emblemático e carimba ainda mais seu nome na indústria nacional, mas não é ‘só’ por isso que o cineasta é reconhecido. Aos torcedores do Botafogo, por exemplo, ele já era familiar há muito, muito tempo.

Torcedor assíduo do Glorioso, Walter se uniu a seu irmão João Moreira Salles em 2017 para adquirir o Espaço Lonier, em Vargem Pequena, no Rio de Janeiro. O local, que funciona atualmente como centro de treinamento do Botafogo, foi comprado já com a intenção de ajudar o clube de coração da família Salles.

Os irmãos também já chegaram a cogitar um investimento para separar o departamento de futebol do clube social, mas a chegada da SAF invalidou o esboço do projeto. Além disso, anos antes da aquisição do espaço, os Salles já haviam depositado cerca de R$ 20 milhões para o clube em empréstimos para contratações.

Walter Salles é filho do fundador do Banco Itaú, uma das instituições financeiras mais influentes do país, e é apontado como um dos homens mais ricos a nível nacional. Ele lidera o ranking no cinema nacional, com uma fortuna estimada em US$ 4,4 bilhões (R$ 25,8 bilhões).

Investimentos no clube

Os irmãos adquiriram o Espaço Lonier, atual centro de treinamento do clube, por cerca de R$ 30 milhões, em 2017. O investimento ainda contou com um valor extra para que o Alvinegro realizasse as obras necessárias para adaptação do local, visto que antes era usado como sítio e ambiente para festas.

Quatro anos depois, em 2021, o terreno voltou ao controle dos Salles. Nesse período, os irmãos passaram a considerar a possibilidade de retirar o profissional do espaço e deixar à disposição apenas para atividades voltadas para base do clube. A SAF, novamente, interferiu no plano.

John Textor se reuniu com os irmãos Salles pouco depois de comprar o clube para debater alguns dos projetos relacionados ao local. O norte-americano, inclusive, trabalha alinhado com o anseio de transformar o CT em um espaço para as categorias de base, mas, para que isso ocorra, precisa adquirir um novo terreno para o time profissional.

Dívida milionária do Botafogo

De acordo com o balanço de 2023, o Alvinegro de General Severiano possuía um débito de cerca de R$ 57 milhões com a família Salles – R$ 28,5 milhões para cada -, frutos dos empréstimos e investimentos feitos por Walter e João. Ambos, porém, concordaram com o plano de Recuperação Extrajudicial proposto pelo clube, responsável por uma economia de R$ 400 milhões em dívidas para o Glorioso, e o déficit caiu para R$ 34,6 milhões. Ou seja, R$ 17,3 milhões para cada.

Walter concordou com o pagamento a longo prazo e, neste novo formato, pago em parcelas mensais durante 13 anos, o diretor receberá R$ 110,8 mil até o fim do valor.