
Abel Ferreira critica postura de clubes brasileiros em negociações
Após a vitória por 3 a 0 sobre o São Bernardo, no último sábado, pelas quartas de final do Campeonato Paulista, o técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, fez um desabafo sobre a dificuldade do clube em negociar com outras equipes do Brasil. O treinador português destacou que times europeus tratam o Palmeiras como um parceiro confiável no mercado de transferências, enquanto alguns clubes nacionais dificultam negociações e não cumprem compromissos financeiros.
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“Para um treinador, é um orgulho estar num clube que negocia com Chelsea, com Manchester City, com Real Madrid, com Barcelona… É um sinal que são parceiros, que respeitam, acreditam e confiam no que faz o Palmeiras”, afirmou Abel.
No entanto, ele criticou a postura de times brasileiros que, segundo ele, não só dificultam negociações como também não pagam valores devidos ao Palmeiras. “Ao contrário do que fazem alguns clubes brasileiros, com quem não conseguimos negociar. Eles nos devem dinheiro e não conseguimos negociar com eles. É isso que é uma pena: não criarmos uma parceria para que todos consigam pagar suas dívidas”, lamentou.
O treinador não citou nominalmente os clubes envolvidos, mas o Palmeiras teve dificuldades com algumas equipes na última janela de transferências.
Negociações frustradas com Internacional e Athletico-PR
No final de janeiro, o Palmeiras tentou contratar o atacante Wanderson, do Internacional, usando uma dívida do clube gaúcho referente à compra de Bruno Tabata como parte da negociação. No entanto, o Inter fez uma contraproposta que incluía o perdão da dívida e um pagamento adicional por parte do Palmeiras, o que levou ao encerramento das conversas. Pouco depois, Wanderson foi para o Cruzeiro em um acordo semelhante com a Raposa.
Outro caso que gerou incômodo foi a tentativa de contratar Agustín Canobbio, do Athletico-PR. O Palmeiras recebeu uma pedida de 18 milhões de euros (R$ 109,5 milhões) pelo jogador, mas pouco depois, o Fluminense conseguiu contratá-lo por apenas 6 milhões de euros (R$ 36,5 milhões), o que causou indignação no técnico português.
“Um jogador que quisemos, para o Palmeiras pediram 18 milhões de euros e ele foi para outro clube brasileiro por seis. O Palmeiras é isso. Vende caro e vai ter que comprar mais caro”, criticou Abel.
Venda de Rony e disputa entre Atlético-MG e Vasco
No início deste ano, o Palmeiras colocou o atacante Rony no mercado e recebeu interesse de vários clubes brasileiros. O Atlético-MG encaminhou a compra do jogador e acertou os termos com o Palmeiras e com o próprio atleta. No entanto, o Vasco tentou uma reviravolta na negociação e conversou diretamente com o pai do jogador, o que irritou a diretoria palmeirense, que se recusou a seguir as tratativas com o time carioca e confirmou a venda ao Galo.
Tentativa frustrada por Júnior Santos e provocação de Textor
Em janeiro de 2024, o Palmeiras tentou contratar Júnior Santos, do Botafogo, mas as negociações não avançaram. Na ocasião, John Textor, dono da SAF do clube carioca, ironizou o interesse palmeirense.
“O Palmeiras deveria tentar comprar em outro lugar. Os jogadores do Botafogo preferem 11 contra 11”, escreveu Textor nas redes sociais, em referência às suas reclamações sobre a arbitragem nos jogos entre as equipes no Brasileirão de 2023.
A relação ruim entre as diretorias impediu uma nova tentativa de negociação no começo desta temporada, e Júnior Santos acabou sendo vendido ao Atlético-MG por US$ 8 milhões (R$ 48,25 milhões).
Mercado brasileiro fechado para o Palmeiras?
As dificuldades enfrentadas pelo Palmeiras nas negociações com clubes brasileiros reforçam a política do clube de buscar reforços no exterior. Abel Ferreira já manifestou publicamente que o clube precisa continuar sendo agressivo no mercado internacional para manter sua competitividade, já que dentro do Brasil as tratativas têm sido complicadas.