José Boto faz comparação entre o Flamengo e o Benfica

Diretor José Boto em coletiva (Foto: Paula Reis/Flamengo)

O diretor de futebol do Flamengo, José Boto, está há dois meses no cargo e já percebeu a dimensão diferenciada do clube em relação às instituições europeias pelas quais trabalhou anteriormente. O dirigente português afirmou que nunca experimentou na Europa uma situação parecida com a vivida atualmente no Brasil, especialmente no que diz respeito à força da torcida rubro-negra.

Durante entrevista ao jornal português ‘A Bola’, ele comparou o Flamengo ao Benfica, mas destacou que o impacto do clube carioca é muito maior.

“Flamengo é um clube com outra dimensão… é um Benfica multiplicado por 40”, declarou Boto. Ele também mencionou que qualquer acontecimento envolvendo o time gera repercussão gigantesca, algo incomum para quem atuou no futebol europeu.

Como exemplo, o dirigente relatou viagens para partidas do estadual em Brasília, onde centenas de torcedores aguardavam ansiosamente pelo ônibus da equipe no aeroporto.

Torcida apaixonada e pressão em fases complicadas

Ao refletir sobre os primeiros deslocamentos para outros estados, o dirigente revelou detalhes que chamaram sua atenção. Em Belém, durante a Supercopa, muitos torcedores permaneceram horas na porta do hotel dos jogadores, sem se mover, na esperança de ver alguém do elenco.

“Houve pessoas que não saíram, não arredaram o pé da porta do hotel, durante horas e horas e horas, na esperança de ver um jogador ou um contato com o treinador. É um poder popular enorme”, enfatizou.

Para ele, esse apoio popular impressiona, mas também pode se transformar em pressão quando os resultados não são positivos. Até agora, no entanto, o Flamengo segue evitando esse cenário.

Flamengo campeão da Taça Guanabara (Foto: Paula Reis/Flamengo)

Declaração sobre Jorge Jesus

Além disso, José Boto compartilhou uma nova perspectiva sobre a passagem de Jorge Jesus pelo Flamengo. Embora tenha trabalhado com o técnico no Benfica, ele reconheceu que a trajetória do compatriota no Brasil foi única.

“Foi realmente um fenômeno aqui”, afirmou. Para ele, o treinador alcançou status quase divino em um curto período, conquistando títulos como a Libertadores e o Campeonato Brasileiro em 2019.

Boto destacou que o sucesso de Jesus não se deve apenas aos troféus, mas também ao estilo de jogo atrativo apresentado pelo Flamengo. Segundo ele, no clube carioca, ganhar não basta. “É preciso ganhar, dominar e ter um futebol atrativo”, declarou.