“Vamos requisitar a exclusão do Cerro Porteño da competição”, diz presidente do clube
Antes da apresentação oficial de Vitor Roque, a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, concedeu entrevista coletiva na Academia de Futebol e falou sobre os atos racistas que aconteceram no jogo do Verdão contra o Cerro Porteño, na última quinta-feira, pela Libertadores sub-20.
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Na coletiva, Leila relembrou que essa não foi a primeira vez que jogadores do Palmeiras sofrem racismo no Estádio Centenário e afirmou de que irá pedir a exclusão do Cerro Porteño da competição.
“Vamos requisitar a exclusão do Cerro Porteño da competição, porque não é a primeira vez que esse clube ataca os nossos atletas e os nossos torcedores. Em 2022, torcedores do Cerro ficaram imitando um macaco para os nossos torcedores e não aconteceu absolutamente nada. Em 2023, os nossos atletas foram chamados novamente de macacos, e o Bruno Tabata foi revidar a agressão. Foi punido, quatro meses de suspensão. Tentamos reverter a penalidade e não conseguimos”, explicou Leila, que disse como reagiu ao ficar ciente do novo caso de racismo.
“Assim que terminou o jogo, eu não estava em Paraguai e assisti pela TV. Depois do pronunciamento do Luighi, eu liguei, falei com o atleta, falei com o João Paulo (Sampaio, diretor da base). Parabenizei o Luighi pela força, pela coragem com que ele se apresentou, com que ele falou. Falei que vamos chegar até as últimas instâncias para que o Cerro, para que o racista, para que os criminosos sejam punidos de forma exemplar”, acrescentou.
A presidente do clube ainda descartou a possibilidade da saída da equipe da competição, pois isso seria uma espécie de punição aos próprios jogadores, que são as vítimas. Leila ainda desceu críticas aos clubes que não fazem nada sobre esses casos, criticou a Conmebol e disse que não conseguiu contato com o presidente da entidade.
“Sou totalmente contra (deixar de disputar o torneio), estaria punindo a vítima. São meninos, que o sonho deles é brilhar no futebol, eu não vou e não posso nenhuma coibir o sonho desses meninos. Quem tem que ser punido é o criminoso. Nós vamos resistir, os nossos atletas continuarão competindo, nós nunca abandonaremos o campo, nunca. Nós lutaremos, sim, por punição extremamente séria para os criminosos e para os clubes que são coniventes, a partir do momento que não tomam atitude absolutamente nenhuma contra esse crime. Não consegui falar com o presidente. Se não resolvermos na Conmebol, resolveremos na Fifa”, finalizou Leila Pereira.
Nas redes sociais após o jogo, Luighi publicou fotos e um texto, onde diz que “dói na alma” e que “o episódio deixa cicatrizes”. Veja o texto do atleta:
“Dói na alma. E é a mesma dor que todos os pretos sentiram ao longo da história, porque as coisas evoluem, mas nunca são 100% resolvidas. O episódio de hoje deixa cicatrizes e precisa ser encarado como é de fato: crime. Até quando? É a pergunta que espero não ser necessária ser feita em algum momento. Por enquanto, seguimos lutando ✊🏿”, escreveu Luighi.